quarta-feira, 25 de março de 2015

Lição 13 - A Igreja e a Lei de Deus



Lição 13

29 de Março  de 2015

A Igreja e a Lei de Deus


TEXTO ÁUREO
"Anulamos, pois, a lei pela fé?  De maneira nenhuma! Antes,  estabelecemos a lei." (Rm 3.31)

VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus definiu de maneira clara a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Ne 10.28,29 A lei de Deus é a mesma lei de Moisés, o servo do Senhor
Terça – Mc 7.9-13 O Senhor Jesus reconhecia a lei como a Palavra de Deus
Quarta – Lc 24.44 O Senhor Jesus é o centro e o cumprimento da lei e dos profetas
Quinta – Mt 23.23 Nem todos os mandamentos têm o mesmo peso para o nosso Deus
Sexta –  Rm 10.4 A lei testemunhava de antemão a salvação em Cristo
Sábado – Jr 31.33 Cristo imprimiu a lei no mais profundo do coração humano

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.17-20; Romanos 7.7-12

OBJETIVO GERAL
Ressaltar o fato de que Jesus definiu, de maneira clara, a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Mostrar o que significa "cumprir a lei".
Explicar que Jesus viveu a lei.
Ressaltar que a lei não pode ser revogada.
Enfatizar que a lei e o evangelho se completam.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, com a graça de Deus, chegamos ao final do trimestre. Esperamos que cada lição tenha contribuído para o seu crescimento espiritual  e de seus alunos.
É importante que nesta última lição você enfatize que ninguém pode ser justificado pelas obras da lei (Gl 2.16). O Decálogo nunca teve a função de salvar, mas de conduzir as pessoas a Cristo, o único que cumpriu toda a lei (Gl 3.11, 24). A lei veio para apontar e condenar o pecado do homem (Rm 3.20; 7.7). A única maneira pela qual a humanidade pode ser redimida é pela fé em Jesus Cristo. Contudo, não podemos nos esquecer de que a fé em Jesus é a chave para o cumprimento da lei.


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A "lei de Deus" no presente estudo diz respeito a todo o Pentateuco e não apenas aos Dez Mandamentos, pois o Decálogo é parte da lei. A lei de Moisés não consiste apenas num compêndio religioso, pois trata de profecias, histórias, registros genealógicos e cronológicos, regulamentos, ritos, cerimônias, exortações morais, civis e cerimoniais, sacerdotes, sacrifícios, ofertas, festas e o tabernáculo. Há nela a base e a estrutura social e política do Estado. É inegável a sua contribuição na legislação de todos os povos da terra, daí a sua influência no Estado e na Igreja.

I. O QUE SIGNIFICA "CUMPRIR A LEI"?

1. Completar a revelação. Jesus disse que veio cumprir a lei e os profetas (5.17). O que significa isso? O verbo grego para "cumprir" é pleroo e significa "cumprir, completar, encher". Devemos recordar o sentido de torah, estudado na lição 1, como instrução revelada no Sinai. Ao longo do trimestre, vimos os aspectos teológico e ético do Decálogo. O Antigo Testamento contém instrução e doutrina sobre Deus, o mundo e a salvação, mas sua revelação é parcial. A manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação (Hb 1.1,2).
2. Cumprimento das profecias. Jesus iniciou o seu ministério terreno dizendo: "o tempo está cumprido" (Mc 1.14,15). Diversas vezes encontramos no Novo Testamento, a declaração como: "Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura" (Jo 19.36), ou fraseologia similar, principalmente no Evangelho de Mateus (Mt 1.22; 2.17,19; 4.14) dentre outras citações. As profecias se cumpriram em Cristo.
3. O centro das Escrituras. A provisão do Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção. O Espírito Santo conduziu a Revelação na vida do povo israelita de tal maneira que os apóstolos puderam observar cada pormenor na vida e no ministério terreno do Senhor Jesus Cristo. A ideia cristológica está completamente embutida na lei e nos profetas. Todo o pensamento bíblico gira em torno de Jesus (Rm 1.2; 10.4). Todo o Antigo Testamento converge para o Senhor Jesus; Ele mesmo reconhecia isso (Lc 24.44).

PONTO CENTRAL
Ninguém pode ser salvo pelas obras da lei, porém ela é para os crentes em Jesus Cristo.

SÍNTESE DO TÓPICO I
As profecias se cumpriram em Cristo e, por isso, as Escrituras  expôem que toda Lei foi cumprida em Jesus.

II. O SENHOR JESUS VIVEU A LEI 

1. Preceitos cerimoniais. Veja a explicação dos preceitos cerimoniais, civis e morais na lição 2 e seu cumprimento na vida e na obra de Cristo. O Senhor Jesus cumpriu o sistema cerimonial da lei na sua morte (Mt 27.50,51; Lc 24.46). As instituições de Israel com suas festas, os holocaustos e os diversos tipos de sacrifícios da lei de Moisés eram tipos e figuras que se cumpriram em Cristo (Hb 5.4,5; 1 Co 5.7). Assim, as cerimônias cessaram, mas o significado foi confirmado (Cl 2.17).
2. Preceitos civis. Lutero dizia que a função civil da lei ainda continua para manter a ordem e o bem-estar da sociedade. Segundo Martyn Lloyd-Jones, Jesus cumpriu também o sistema jurídico da lei. Com sua morte, Ele transferiu os privilégios de Israel para a Igreja (Êx 10.6,7; 1 Pe 2.9,10). Jesus disse às autoridades judaicas que "o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos" (Mt 21.43). Com isso, Israel deixou de ser um Estado Teocrático. A Igreja é a plataforma de Deus na Terra para anunciar a verdade (1 Tm 3.15).
3. Preceitos morais. Os Dez Mandamentos são representados pelos dois grandes mandamentos: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.28-33). Na verdade, toda a lei e os profetas nisso se resumem (Mt 22.40). Trata-se de uma combinação de duas passagens da lei (Dt 6.4,5; Lv 19.18). São preceitos que foram resgatados na Nova Aliança e adaptados à graça, de modo que a Igreja segue a lei de Cristo, a lei do amor, e não o sistema mosaico (Rm 6.14; 13.9,10; Gl 5.18). O Senhor Jesus cumpriu todos esses mandamentos durante a sua vida terrena.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus Cristo viveu toda a Lei.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Para iniciar o tópico faça a seguinte pergunta: "Jesus aboliu a lei?" Ouça os alunos e em seguida peça que leiam Mateus 5.17,18. Em seguida, explique que esse texto mostra a expressa e total obediência de Jesus à lei do Antigo Testamento, pois a lei não pode ser anulada.
Mostre que a "lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Rm 3.31; Gl 5.14); bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam em vigor. As leis do Antigo Testamento destinadas à nação de Israel, tais como as leis sacrificais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1393).
Nenhuma parte da lei passará, nenhuma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se cumpra.


III. A LEI NÃO PODE SER REVOGADA

1. Jesus revela seu pensamento sobre a lei. Talvez o discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças tivesse deixado dúvida sobre a posição de Cristo a respeito da lei e dos profetas. Ele não era um reacionário; nasceu conforme a lei e viveu de acordo com ela (Lc 2.21-24; 4.15,16; Gl 4.4). Jesus falou de maneira direta que não veio revogar a lei e nem os profetas, mas veio para os cumprir (Mt 5.17). Havia chegado o momento de esclarecer seu pensamento sobre a lei.
2. "Até que o céu e a terra passem". Jesus disse que "até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido" (Mt 5.18). O jota é a menor letra do alfabeto hebraico; ocupa a metade da linha na escrita, é a décima letra e se chama iode. O til é um sinal diacrítico para distinguir uma letra da outra. Nenhuma parte da lei passará, nenhuma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se cumpra. Como disse o pastor John Stott, "a lei tem a duração do universo".
3. O menor mandamento (Mt 5.19). Há muita discussão sobre esta questão. Uns acham que Jesus se referia ao jota e ao til; outros, aos preceitos cerimoniais. Havia longos debates entre os rabinos da época sobre os mandamentos mais leves e mais pesados. Eles consideravam mandamento leve não tomar a mãe com os filhotes num ninho (Dt 22.6). Parece existir, sim, na lei, mandamento de maior ou de menor significância (Mt 23.23). Porém, não é disso que Jesus está falando aqui, pois o enfoque é sobre o anular a autoridade da lei e ensinar que ela pode ser ignorada. O verbo grego é lyo, cuja ideia básica é "desatar, desamarrar, soltar", empregado mais adiante para "anular" (Jo 10.35).

SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus Cristo não veio revogar a lei, pois ela não pode ser anulada.

IV. A LEI E O EVANGELHO

1. O papel da lei. Ninguém é justificado pelas obras da lei (Gl 2.16). A função dela não é salvar, mas nos conduzir a Cristo (Gl 3.11,24). Ela veio para revelar e condenar o pecado (Rm 3.20; 7.7). Deve o cristão anular a lei? A resposta paulina é: "De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei" (Rm 3.31). O que isso significa? Que a fé cristã não é antinomianista, do grego anti "contra"; nomos, "lei". Isso diz respeito aos que erroneamente pregavam que a graça dispensa a obediência. O apóstolo refutou tal ideia a vida inteira (Gl 5.13).
2. Jesus e Moisés estão do mesmo lado. O termo "lei" na língua hebraica é torá, e isso já foi estudado na lição 1. Ali aprendemos também que esta palavra vem de um verbo que significa "instruir, ensinar". Por essa razão, a palavra "lei", às vezes, refere-se às Escrituras Sagradas (1 Co 14.21). Esse parece ser o sentido aqui, pois o apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento (Rm 3.19). Porém, a possibilidade de uma aplicação ao Pentateuco não é descartada, nesse caso, pois a frase "antes, estabelecemos a lei" (Rm 3.31b) não significa servidão ao sistema mosaico, mas que a fé confirma a lei, visto que o Evangelho justifica aqueles a quem a lei condena (Rm 8.4; 13.10).
3. A justiça dos fariseus. Jesus não está desafiando os seus discípulos a seguirem os escrúpulos legalistas dos escribas e fariseus quando afirma: "se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus" (Mt 5.20). Antes, ensina que a vida no Espírito requer comunhão com Deus de maneira abundante e profunda, e assim sendo, nenhum dos rabis a experimentou (Rm 8.8-11).

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, explique aos alunos que "Deus proíbe a cobiça de todo tipo quando fala da casa do vizinho, de sua esposa, servo, boi, jumento ou de qualquer coisa que lhe pertença (Êx 20.17). O Novo Testamento declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5) ou adoração a deuses e posses, e a condena junto com outros pecados. O Senhor Jesus viu cobiça no jovem rico quando lhe citou os seis mandamentos da segunda tábua da lei, e então o desafio ao décimo mandamento ao ordenar que ele vendesse tudo que tinha e desse o dinheiro aos pobres" (Dicionário Wycliffe, CPAD, p. 428).

CONCLUSÃO

Encerramos o trimestre conscientes de que Jesus não revogou a lei, mas a cumpriu. Aprendemos também que não há discrepância entre Jesus e Moisés e que a lei permanece até a consumação dos séculos, pois a fé cristã não é antinomianista e muitos preceitos do sistema mosaico reaparecem no Novo Testamento, mas adaptados à graça, pois fomos libertos da lei (Rm 3.28; Gl 5.1).

PARA REFLETIR
Sobre o décimo mandamento:

O que significa cumprir a Lei?
Significa que a manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação.

Devemos seguir a lei de Cristo, a do amor, ou o sistema mosaico?
A lei mosaica se completa na lei de Cristo e do amor.

Jesus não revogou a lei. Mas o que Ele fez?
Ele viveu no seu dia a dia toda a lei.

O que é vida no Espírito? 
A vida no Espírito é ter comunhão com Deus de maneira abundante e profunda.

Fale um pouco sobre a relação da lei com a graça.
A lei serviu para apontar o pecado e mostrar que homem algum poderia se tornar justo diante de Deus. A graça é favor imerecido. Éramos pecadores e não merecíamos o amor de Deus, mas Ele nos amou e nos livrou do pecado e do jugo da condenação que estava sobre nós.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.42.
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Lição 12 - Não Cobiçarás



Lição 12

22 de Março de 2015

Não Cobiçarás


TEXTO ÁUREO
"De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste."
(At 20.33)

VERDADE PRÁTICA
A cobiça é a raiz da qual surge todo pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 3.6 A queda do homem começou com a cobiça daquilo que não era seu.
Terça – Pv 6.25 A beleza é também uma porta para a entrada da cobiça
Quarta – Mt 5.28 A cobiça é um pecado que gera outros tipos de pecado
Quinta – Rm 7.7 O apóstolo Paulo mencionou a cobiça como fonte da concupiscência
Sexta – 1 Co 10.6 O cristão deve aprender a lição dos israelitas no deserto sobre a cobiça
Sábado – Tg 1.14,15 Ninguém é suficientemente forte para brincar com o pecado e sair ileso longe de mexericos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.17; 1 Reis 21.1-5,9,10,15,16

OBJETIVO GERAL
Apresentar a sutileza do último mandamento do Decálogo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Tratar a abrangência e objetivo do último mandamento.
Mostrar o real significado da cobiça.
Ressaltar as consequências nefastas da cobiça mediante o exemplo da vinha de Nabote.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Todo ser humano tem desejos e vontades, e não existe nenhum mal nisso. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo ardente de possuir ou conseguir a todo custo o que pertence ao próximo. Tomemos como exemplo o rei Acabe. Ele poderia ter a terra que desejasse, mas tomado pela cobiça, desejou o vinhedo do seu próximo e não mediu esforços para conseguir. Cometeu abuso de poder, mentiu, inventou um plano sórdido e fez com que um homem inocente perdesse a vida. A cobiça é o resultado da maldade humana.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O décimo mandamento envolve atos e sentimentos. O sétimo mandamento   proíbe o adultério, e aqui Deus proíbe o desejo de adulterar. O Senhor Jesus foi direto ao ponto: "qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.28). O último mandamento protege o ser humano de ambições erradas. A cobiça infecta pobres e ricos nas suas mais diversas formas.

I. O DÉCIMO MANDAMENTO
1. Abrangência. O tema diz respeito à proibição da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (Gn 3.6; 1 Jo 2.16). Isso envolve muitos tipos de pecado como sensualidade, luxúria, busca desenfreada por possessões ilícitas, obsessão pelo poder, ostentação esnobe e orgulho. Esse mal continua no gênero humano desde a sua queda até a atualidade.
2. Objetivo. O propósito divino é estabelecer limites à vontade humana, para que haja respeito mútuo entre as pessoas e seus bens. Muitos outros vícios acompanham a cobiça, como lascívia, concupiscência, inveja e avareza, entre outros (Gl 5.20,21; Tg 4.2). Não pode haver paz num contexto como esse. É necessário que cada pessoa se controle para viver uma vida virtuosa, e isso é fundamental na construção de uma sociedade justa e feliz. Melhor é o que domina seu espírito do que o que toma uma cidade (Pv 16.32). Nós levamos vantagem por termos Jesus e o Espírito Santo (Gl 2.20; 5.5).
3. Contexto. Há algumas variações entre os dois textos (Êx 20.17; Dt 5.21). A ordem das cláusulas está invertida. Em Deuteronômio, aparece um sinônimo do verbo "cobiçar" e acrescenta-se a palavra "campo". Isso mostra que o formato de Êxodo está adaptado ao estilo nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que Deuteronômio é o modelo para o país prestes a ser estabelecido na terra de Canaã.
4. Esclarecimento. Os católicos romanos e os luteranos dividem em dois o décimo mandamento: "Não cobiçarás a casa do teu próximo", um; e "Não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Êx 20.17), dois. Enquanto essas sentenças são lidas como mandamentos distintos, eles consideram "Não terás outros deuses [...]" e "Não farás para ti imagem de escultura [...]" como um único mandamento. Na soma permanecem os dez mandamentos. Ambos mantiveram a tradição catequética medieval desde Agostinho de Hipona. Nós seguimos o sistema das igrejas reformadas, que vem dos judeus e é anterior a tudo isso (cf. Flávio Josefo. História dos Hebreus. Edição CPAD, pp.165-66).

PONTO CENTRAL
É pecado o desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa que pertence ao próximo.

SÍNTESE DO TÓPICO I
A finalidade do décimo mandamento é erradicar o desejo perverso de querer o que é do próximo.

II. COBIÇA
1. Significado. O verbo hebraico hamad indica o ato de desejar aquilo que é gerado pela emoção, que começa com a impressão visual pela coisa ou pessoa desejada. Tudo isso se resume a "desejar, tentar adquirir, almejar, cobiçar". O termo é usado para "encontrar prazer em" (Is 1.29; 53.2). Hamad aparece duas vezes aqui no décimo mandamento (Êx 20.17). A Septuaginta traduz pelo verbo epithymeo, literalmente, "fixar desejo sobre"; de epi, "sobre", e thymos, "paixão, ira". O termo em ambas as línguas pode se referir a coisa boa ou coisa má, dependendo do contexto (Mt 5.28; 13.17).
2. Cobiçar. Desejar o que pertence a outro é o pecado que o décimo mandamento condena. O Novo Testamento menciona esse último mandamento do Decálogo (Rm 7.7; 13.9). Trata-se de cobiçar a casa do outro, a mulher do próximo e em seguida o mandamento inclui servo e serva, boi e jumento, e termina com as palavras "nem coisa alguma do teu próximo". A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. A descrição deixa claro que não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já tem dono, e isso por meio ilícito (At 20.33; 1 Co 10.6; Tg 4.2). É o mesmo que roubar (Mq 2.2).
3. O texto paralelo. Como ficou dito antes, o décimo mandamento em Deuteronômio não segue rigorosamente o registro de Êxodo. Mas isso não altera o sentido da mensagem. O segundo verbo empregado para "cobiçar" é awah, que significa "desejar ardentemente, ansiar, almejar, cobiçar". Aparece ao lado de hamad (Gn 3.6) e, como termo alternativo, em "não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Dt 5.21). A Septuaginta traduz os dois verbos igualmente por epithymeo.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, explique aos alunos que "Deus proíbe a cobiça de todo tipo quando fala da casa do vizinho, de sua esposa, servo, boi, jumento ou de qualquer coisa que lhe pertença (Êx 20.17). O Novo Testamento declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5) ou adoração a deuses e posses, e a condena junto com outros pecados. O Senhor Jesus viu cobiça no jovem rico quando lhe citou os seis mandamentos da segunda tábua da lei, e então o desafio ao décimo mandamento ao ordenar que ele vendesse tudo que tinha e desse o dinheiro aos pobres" (Dicionário Wycliffe, CPAD, p. 428).

III. A VINHA DE NABOTE
1. Proposta recusada. O relato bíblico do confisco criminoso da vinha de Nabote é um dos mais chocantes da Bíblia e serve como amostra do que a cobiça é capaz de fazer. A vinha de Nabote era uma propriedade vizinha ao palácio do rei Acabe, em Samaria. O rei apresentou uma proposta de compra ou troca aparentemente justa. Mas Nabote recusou a oferta do rei: "Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais" (vv. 1-3). Havia nessa recusa uma questão familiar, cultural e religiosa. A propriedade era um bem sagrado que não se transferia definitivamente para outra família (Lv 25.23-25; Nm 36.7).
2. O direito de propriedade. O rei ficou "desgostoso e indignado [...] deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão" (v. 4). O rei Acabe adoeceu, pois a cobiça por algo que não lhe pertencia o havia dominado. A Bíblia diz que a medida da impiedade de Acabe se completou quando ele se casou com Jezabel, uma princesa fenícia de origem pagã, devota de Baal. Ela era filha de Etbaal, rei de Sidom (1 Rs 16.29-32). Jezabel não respeitava o sagrado direito de propriedade estabelecido por Deus na lei de Moisés. Ela não hesitou em elaborar um plano criminoso para condenar Nabote à morte e confiscar sua vinha (vv.9,10).
3. O pecado de Acabe e Jezabel. O plano de Jezabel funcionou com a conivência do marido. Envolveu a elite da sociedade e a corte palaciana, o que por si só mostra que a sociedade de Samaria estava completamente dominada, pois o texto menciona "anciãos e nobres" corrompendo falsas testemunhas (1 Rs 21.8-10). A acusação foi a seguinte: "Blasfemaste contra Deus e contra o rei" (v.10). Agora, Nabote devia ser "legalmente" apedrejado até a morte por ter se recusado a negociar sua propriedade com o rei. As duas testemunhas davam consistência legal ao processo (Lv 24.10-16; Dt 17.6).
4. O casal não contava com uma testemunha verdadeira. Estava tudo acabado e benfeito social e juridicamente. Ao saber da notícia, Acabe ficou curado de sua enfermidade e foi tomar posse da vinha de Nabote (vv. 15, 16). Eles violaram o sexto mandamento, "não matarás"; o oitavo, "não furtarás"; o nono, "não dirás falso testemunho contra o teu próximo"; e o décimo, "não cobiçarás" (Dt 5.17, 19-21). Isso sem contar os três primeiros mandamentos que já vinham violando, com sua idolatria, desde o princípio. Mas Acabe e Jezabel não contavam com uma testemunha que sabia de tudo e tinha autoridade para se vingar dessas barbaridades (1 Rs 21.17-19).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O episódio da vinha de Nabote nos mostra quão terrível é a cobiça e quais são suas consequências

CONCLUSÃO
O triste episódio de Acabe se repete ao longo da história. Que Deus nos livre de todas essas maldades. A lei não proíbe o desejo em si, mas o desejo daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar bens e conforto, as coisas boas de que necessitamos na vida. Na verdade, viver é desejar. Desejar uma casa é mais natural do que respirar, mas para isso é necessário trabalhar e fazer economias até conseguir a realização do seu desejo com ajuda de Deus.

PARA REFLETIR
Sobre o décimo mandamento:

Qual a diferença entre cobiçar e desejar?
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. Não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já têm dono, e isso por meio ilícito. É o mesmo que roubar.

Você acha normal o que aconteceu com a vinha de Nabote?
Explique que Acabe usou do seu poder como rei de forma errada, além de tramar um plano sórdido para tirar a vida de um homem. As atitudes de Acabe revelam seu caráter doentio.

O que você sentiria se tivesse a sua propriedade tomada?
Resposta livre. Explique que a lei de Deus, e a brasileira, protegem o direito de propriedade.

Você já participou de uma artimanha para legitimar uma injustiça?
Deixe seus alunos à vontade para responder a tal pergunta. Se alguém se manifestar, oriente-o a nunca fazer tal maldade.

Você já cobiçou o que pertence ao outro?
Peça que os alunos sejam sinceros.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.41.
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A Difícil Doutrina do Amor de Deus
A Difícil Doutrina do Amor de Deus não só critica as ideias sentimentais a respeito do amor de Deus, por exemplo. "Deus odeia o pecado, mas ama o pecador", como fornece uma perspectiva sobre a sua natureza e por que Ele ama como ama. Restaurar a idéia correta de quem é Deus.

Lição 11 - Não Darás Falso Testemunho




Lição 11

15 de  Março  de 2015

Não Darás Falso Testemunho


TEXTO ÁUREO
"Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa."
(Êx 23.1)

VERDADE PRÁTICA
O nono mandamento proíbe a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo tanto no dia a dia como nos tribunais.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lv 19.11,16 O mexerico está incluído no nono mandamento
Terça – Sl 109.2 O falso testemunho e a mentira são estilo de vida do ímpio
Quarta – Pv 6.16-19 A falsa testemunha está entre as sete coisas que Deus aborrece e abomina
Quinta – Mt 19.18 O Senhor Jesus ratificou o nono mandamento
Sexta – Rm 13.9 O apóstolo Paulo reafirma: pecado é dizer falso testemunho
Sábado – 2 Co 12.20 É dever do cristão permanecer longe de mexericos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.16; Deuteronômio 19.15-20

OBJETIVO GERAL
Apresentar o nono mandamento, ressaltando que Deus proíbe a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo, tanto no dia a dia como nos tribunais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Tratar a abrangência e o objetivo do nono mandamento.
Mostrar o que a legislação mosaica diz a respeito do falso testemunho.
Ressaltar que o Deus verdadeiro deseja tão somente a verdade.
Enfatizar o cuidado que devemos ter com relação à mentira

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito do nono mandamento. Com este mandamento aprendemos que Deus se importa com o que sai da nossa boca. Por isso, precisamos ter cuidado. Deus é a Verdade e deseja que nossos relacionamentos sejam pautados na verdade. Atualmente, com o advento das redes sociais, um comentário maldoso e mentiroso pode trazer danos irreparáveis, devido ao número de pessoas que terão acesso a ele.  Algumas pessoas já cometeram suicído depois de terem sido vítimas de calúnia e difamação nas redes sociais. No Antigo Testamento, a lei determinava que aquele que cometeu tal delito, o falso testemunho, deveria pagar com a própria vida. A violação do nono mandamento é um atentado contra o próximo e contra o Criador. É um pecado grave na lei divina e um crime na lei dos homens, porém, muitos não se dão conta disso.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O nono mandamento se aproxima do terceiro, pois envolve a questão da mentira. "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" não se refere apenas ao depoimento num tribunal, mas também ao relacionamento diário com aqueles à nossa volta. Aqui temos uma lição para os que agem, ainda que inconscientemente, como se o pecado se restringisse a assassinato, adultério e furto. Ninguém deve pensar que a mentira e o falso testemunho são menos graves que os demais pecados citados no Decálogo. A Bíblia coloca no mesmo nível todo aquele que tem a mentira como estilo de vida.

I. O NONO MANDAMENTO
1. Responder em juízo. O mandamento "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êx 20.16; Dt 5.20) reflete o aspecto legal e isso é conhecido pelos termos usados e por sua regulamentação na lei. O verbo "dizer", anah, em hebraico, "responder", abrange amplo significado. É usado para indicar o ato de declarar solenemente (Gn 41.16; Dt 27.14), de testemunhar a favor (Gn 30.33) ou contra (2 Sm 1.16). A resposta, aqui, diz respeito aos interrogatórios na corte. Essa característica forense aparece na legislação sobre o tema (Êx 23.2; Dt 19.16-19).
2. Falso testemunho. O termo hebraico ed, "testemunho", emedshaw, literalmente "testemunho vão" (Dt 5.20), ou edshaqer, "falso testemunho" (Êx 20.16), diz respeito a uma mentira, a uma declaração conscientemente falsificada. O termo hebraico shaw, "vão, inutilmente, à toa" (veja lição 5), indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. Aqui se trata de alguém que fala em vão, sem fundamento, que faz acusação sem validade e sem consistência, portanto falso. A tradução de Deuteronômio 5.20, na Septuaginta, acrescenta "com testemunho falso", assim: "Não testemunharás falsamente contra o teu próximo com testemunho falso".
3. O próximo. É a primeira vez que o termo aparece no Decálogo. O próximo, em hebraico, rea, indica outra pessoa, vizinho, amigo, parceiro. Essa palavra se refere aos israelitas (Lv 19.18), mas o Senhor Jesus a aplicou a todas as pessoas em seu pronunciamento sobre o segundo e grande mandamento (Mt 22.39). Todavia, a lei já contemplava nessa palavra os estrangeiros (Lv 19.34). Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo, isso está claro quando Jesus manda o judeu e doutor da lei imitar o samaritano (Lc 10.36,37).

PONTO CENTRAL
A mentira e a falsidade aborrecem a Deus e prejudicam o próximo.

SÍNTESE DO TÓPICO I
A finalidade do nono mandamento é erradicar a mentira, a calúnia e a falsidade.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, faça a seguinte indagação: "O que significa reputação?" Incentive a participação de todos e ouça os alunos. Explique que reputação é "o conceito, estima, renome que alguém tem num determinado grupo". Diga que a finalidade do nono mandamento era justamente proteger a reputação do próximo. Em seguida, faça outra indagação: "Como podemos cuidar da reputação do nosso próximo?" Ouça os alunos e diga que uma das maneiras é não mentir ou fazer comentários maldosos a respeito dos irmãos..

II. O PROCESSO
1. Responder em juízo. O mandamento "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êx 20.16; Dt 5.20) reflete o aspecto legal e isso é conhecido pelos termos usados e por sua regulamentação na lei. O verbo "dizer", anah, em hebraico, "responder", abrange amplo significado. É usado para indicar o ato de declarar solenemente (Gn 41.16; Dt 27.14), de testemunhar a favor (Gn 30.33) ou contra (2 Sm 1.16). A resposta, aqui, diz respeito aos interrogatórios na corte. Essa característica forense aparece na legislação sobre o tema (Êx 23.2; Dt 19.16-19).
2. Falso testemunho. O termo hebraico ed, "testemunho", emedshaw, literalmente "testemunho vão" (Dt 5.20), ou edshaqer, "falso testemunho" (Êx 20.16), diz respeito a uma mentira, a uma declaração conscientemente falsificada. O termo hebraico shaw, "vão, inutilmente, à toa" (veja lição 5), indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. Aqui se trata de alguém que fala em vão, sem fundamento, que faz acusação sem validade e sem consistência, portanto falso. A tradução de Deuteronômio 5.20, na Septuaginta, acrescenta "com testemunho falso", assim: "Não testemunharás falsamente contra o teu próximo com testemunho falso".
3. O próximo. É a primeira vez que o termo aparece no Decálogo. O próximo, em hebraico, rea, indica outra pessoa, vizinho, amigo, parceiro. Essa palavra se refere aos israelitas (Lv 19.18), mas o Senhor Jesus a aplicou a todas as pessoas em seu pronunciamento sobre o segundo e grande mandamento (Mt 22.39). Todavia, a lei já contemplava nessa palavra os estrangeiros (Lv 19.34). Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo, isso está claro quando Jesus manda o judeu e doutor da lei imitar o samaritano (Lc 10.36,37).

SÍNTESE DO TÓPICO II
A legislação mosaica não somente punia alguém que furtou, mas protegia a vida do ladrão e fazia com que ele restituísse suas vítimas, prezando pela paz.

III. SOBRE OS DANOS MATERIAIS
1. Animal solto. Aqui a lei fala sobre responsabilidade de cada um pelo bem-estar da sociedade. Quem possui animais deve ter o cuidado para não perturbar o vizinho. O texto se refere à destruição no campo, na lavoura ou nas demais plantações. O dono do animal é condenado pela lei a indenizar o proprietário prejudicado com o melhor de seu campo, visto que o estrago no campo, ou na vinha do outro, não foi voluntário, ele apenas largou o animal deixando-o solto (Êx 22.5).
 Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo..
2. A queimada involuntária. A lei responsabiliza o culpado pela destruição da propriedade, ou lavoura de outrem por descuido que tenha levado o fogo a queimá-la (Êx 22.6). O responsável pelo estrago tem de reparar os prejuízos indenizando o proprietário prejudicado. Havia na Palestina cerca de setenta espécies de espinhos que serviam de muros divisórios de propriedades e rodeavam plantações de trigo (Is 5.5). Isso gerava também conflitos na demarcação de terras (Dt 19.14; 27.17; Pv 22.28).
3. O furto e o ladrão. A lei aqui trata da guarda de dinheiro e bens. O termo usado para "prata", em hebraico, é kessef, "dinheiro" e "objetos", e kelim, "artigos, utensílios, vasos", traduzido também por "traje, roupa, veste" (Dt 22.5). Se alguma dessas coisas estiver sob a proteção de alguém e for roubada, o ladrão retribuirá em dobro caso seja descoberto (Êx 22.7). Mas, se o autor do furto não for encontrado, o responsável pela custódia terá de provar sua inocência diante dos juízes (Êx 22.8).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O Deus da Verdade exige tão somente a verdade.

 A violação do nono mandamento pode destruir a reputação e o bom nome que alguém levou uma vida inteira para construir.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, explique aos alunos que a lei de Deus e as do nosso país reprovam o falso testemunho. Esclareça que de acordo com o código penal brasileiro "o crime de falso testemunho, consiste em fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha em processo judicial, policial ou administrativo. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, ainda que a oferta não seja aceita" (Fonte: www.jusbrasil.com.br)..

IV. O CUIDADO COM A MENTIRA
1. As testemunhas. Ninguém podia ser acusado por uma só testemunha, pois a lei exige duas ou três testemunhas (Dt 19.15-20). Era a garantia de um julgamento justo. Mas nem sempre isso era possível. Nabote foi acusado, julgado e condenado conforme a lei, mas era inocente, pois as testemunhas eram falsas (1 Rs 21.13). O Senhor Jesus foi vítima de testemunhas falsas (Mc 14.56), da mesma forma que Estêvão (At 6.13). Mesmo com todo o rigor da lei, nunca faltou na história quem se dispusesse a testemunhar falsamente.
2. Os danos. A violação do nono mandamento é um atentado contra a honra e pode destruir a reputação e o bom nome que alguém levou uma vida inteira para construir. Seus efeitos maléficos podem ainda levar a pessoa à morte ou à prisão, destruir casamentos e arruinar famílias. É um pecado grave do qual muitos ainda não se deram conta. A pena contra a falsa testemunha em Israel era a morte; tal pessoa receberá o mesmo que ela tentou fazer ao seu próximo: "será condenado, e o castigo dele será o mesmo que ele queria para o outro" (Dt 19.19, NTLH). Será aplicada a lei de talião (Êx 21.23-25).
3. O pecado da mentira. Quem já viu um irmão ser disciplinado ou cortado da comunhão da Igreja pelo pecado de mentira? A Bíblia trata o assunto com seriedade, pois quem se converteu a Cristo precisa deixar a mentira e falar a verdade (Ef 4.25; Cl 3.9). Os mentirosos constam da lista dos incrédulos, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras, dentre outros (Ap 21.8; 22.15). Na graça, o tema é tratado com profundidade implicando a vida eterna, e não envolvendo tribunais como no sistema mosaico. É desejo, portanto, de todo cristão se parecer com Jesus e é isso o que Deus espera de todos nós (1 Pe 1.15,16).

SÍNTESE DO TÓPICO IV
O cristão verdadeiro não coaduna com a fofoca ou mentira.

CONCLUSÃO
Deus se interessa pelo bem-estar de todos os seus filhos e filhas. O desrespeito pelo próximo afronta a Deus. O Senhor Jesus nos ensinou a tratar as pessoas da mesma maneira que gostaríamos de ser tratados (Mt 7.12). Que Deus nos ajude e nos guarde para que possamos viver uma vida  irrepreensível.

PARA REFLETIR
Sobre o nono mandamento:

Contra quem eu não devo mentir?
Não devemos mentir contra ninguém. A Bíblia declara que a mentira é pecado e que o Diabo é o pai da mentira.

Quais prejuízos um falso testemunho acarretará contra uma pessoa?
Os prejuízos são incontáveis. A reputação de uma pessoa pode ser destruída, lares desfeitos, carreira profissional arruinada, devido a um falso testemunho.

O que é a verdade para você?
Resposta livre. O professor poderá esclarecer ao aluno que a verdade corresponde aos fatos e permanece em oposição à falsidade. É o conhecimento da realidade que o ser humano constata.

O desrespeito contra o próximo pode afrontar a Deus?
Sim. Deus deseja que venhamos amar e respeitar o nosso próximo.




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Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.41.
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domingo, 1 de março de 2015

Lição 10 - Não Furtarás




Lição 10

8 de Março de 2015

Não Furtarás


TEXTO ÁUREO
"Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade." (Ef 4.28)

VERDADE PRÁTICA
O oitavo mandamento diz respeito à proteção da propriedade e abrange grande número de modalidades de furto sobre os quais o cristão precisa vigiar para não cair nas ciladas do Diabo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 21.16 O oitavo mandamento diz respeito ao  sequestrador
Terça - Lv 19.11-13 O dever de não atrasar intencionalmente o pagamento
Quarta - Dt 25.13-16 O dever de não usar de dois pesos e duas medidas
Quinta - Pv 28.24 Apropriação indébita é roubo, ainda que as coisas pertençam aos pais
Sexta - Mt 19.18 O Senhor Jesus reconheceu a autoridade do oitavo mandamento
Sábado - 1 Co 6.10 Os roubadores não herdarão o Reino do Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.15; 22.1-9

Êxodo 20.15;
15 Não furtarás.

Êxodo 22.1-9
Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas.
Se o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue.
Se o sol houver saído sobre ele, será culpado do sangue. O ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto.
Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará o dobro.
Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha e o largar para comer no campo de outro, o melhor do seu próprio campo e o melhor da sua própria vinha restituirá.
Se rebentar um fogo, e pegar aos espinhos, e abrasar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo pagará totalmente o queimado.
Se alguém der prata ou objetos ao seu próximo a guardar, e isso for furtado da casa daquele homem, se o ladrão se achar, pagará o dobro.
Se o ladrão não se achar, então, o dono da casa será levado diante dos juízes, a ver se não meteu a sua mão na fazenda do seu próximo.
Sobre todo negócio de injustiça, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre veste, sobre toda coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de ambos virá perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes o pagará em dobro ao seu próximo.

OBJETIVO GERAL
Apresentar o oitavo mandamento, ressaltando que o furto ou a aquisição ilegítima de propriedades são abominação ao Senhor e prejudicam o próximo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

1- Tratar a abrangência e o objetivo do oitavo mandamento.
2- Mostrar o que a legislação mosaica diz a respeito do furto.
3- Relacionar alguns danos que deveriam ser evitados, segundo a lei mosaica.
4- Apresentar o trabalho como uma bênção de Deus.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito do oitavo mandamento. Este mandamento é uma proibição formal contra toda e qualquer forma de furto. Para que uma sociedade seja próspera, justa e tenha paz, deve prezar pelo respeito à propriedade alheia. No Antigo Testamento, a pena para o roubo era a devolução, restituição, em dobro de tudo que foi indevidamente retirado de alguém: "Sobre todo negócio de injustiça, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre veste, sobre toda coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de ambos virá perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes o pagará em dobro ao seu próximo" (Êx 22.9). O objetivo não era somente punir o réu, mas restaurar a unidade com seu irmão. É importante ressaltar que o princípio condenado por esse mandamento permanece em o Novo Testamento (1 Ts 4.6).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O oitavo mandamento é o terceiro da série de proibição absoluta expresso com duas palavras e fala basicamente sobre dinheiro e bens, trabalho e negócios. Não pode haver paz numa sociedade se não houver respeito mútuo pela propriedade. Todo ser humano tem o direito de possuir bens e propriedades e, tendo conseguido as coisas de maneira lícita, ninguém tem o direito de privá-lo de suas conquistas.

I. O OITAVO MANDAMENTO
1. Abrangência. Numa leitura superficial, parece tratar-se apenas da proibição de simples furto ou mesmo da aquisição ilegítima de propriedades ou possessões de outras pessoas ou grupos. Mas o mandamento vai muito além disso. Diz respeito a qualquer negócio com vantagem ilícita e que deixe o outro no prejuízo (Lv 6.2; 19.11,13). Estende-se ainda à provisão de emprego para que todos possam ganhar seu sustento de maneira digna e honrada, e isso envolve justiça social (Pv 14.34). Este é o grande desafio dos governantes no mundo inteiro.
2. Objetivo. O propósito do mandamento "não furtarás" (Êx 20.15; Dt 5.19) é a proteção e o respeito pelos bens alheios e pelo próximo. Vinculado a este mandamento está o trabalho como recurso para que cada um possa obter o sustento de sua família de maneira digna (Ef 4.28). A legislação é dada a Israel numa estrutura hipotética utilizando-se de suposições, um estilo de fácil compreensão (Êx 22.1-15). A desonestidade em todas as suas modalidades é um câncer na sociedade, um mal que precisa ser erradicado.
3. Contexto. Segundo a tradição rabínica, o sentido primário deste mandamento era a proibição de rapto de pessoas para serem vendidas como escravos. O mesmo verbo hebraico ganav, "furtar", é usado para tráfico de pessoas (Êx 21.16; Dt 24.7). Esse tipo de crime era comum naquela época; o rapto de José do Egito é uma amostra daquele contexto social (Gn 37.22-28). O Novo Testamento menciona essa prática perversa (1 Tm 1.10). A interpretação rabínica é aceitável e tem apoio da maioria dos expositores do Antigo Testamento, mas o oitavo mandamento não se restringe a isso.
PONTO CENTRAL
O furto prejudica o próximo e envergonha o nome do Senhor.

SÍNTESE DO TÓPICO I
O sétimo mandamento tem como objetivo proteger a família, estabelecendo uma sociedade moral e espiritualmente sadia.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Furto - A palavra grega nosphizomai foi assim traduzida em Tito 2.10. Paulo insiste na necessidade de o servo cristão (doulos) evitar responder e 'furtar'. Essa palavra significa 'roubar' ou se apropriar ilegalmente de alguma coisa, como Acã fez em Jericó (Js 7.1). O mesmo verbo grego é usado em Atos 5.2,3, onde Ananias apropriou-se ou conservou para si mesmo uma parte da venda de uma propriedade" (PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 827).

II. LEGISLAÇÃO MOSAICA SOBRE O FURTO
1. A pena por furto de bois e ovelhas. A estrutura do sistema mosaico, aqui, pertence ao campo jurídico. Na nova aliança, ao campo espiritual (1 Co 6.10). A pena para quem furtasse animais em Israel era a restituição de cinco para cada boi e de quatro para cada ovelha (Êx 22.1 ou 21.37 na Bíblia Hebraica). Era uma pena mais leve que a do Código de Hamurabi, cuja restituição era de trinta vezes para cada animal. Mas, se o animal estivesse vivo, a punição era restituir o dobro (Êx 22.4). A pena era atenuada ainda mais se o ladrão confessasse voluntariamente o furto: seria então de vinte por cento (Lv 6.4,5).
2. Furto à noite com o arrombamento da casa. Segundo a lei, se o dono da casa se deparar com o ladrão dentro de casa à noite e o matar, ele "não será culpado de sangue" (Êx 22.2). Não se trata, pois, de um assassinato premeditado (Êx 21.12,13); além disso, a escuridão nem sempre permite identificar o ladrão, e o tal arrombador também pode estar armado. O dono da casa pode ainda alegar legítima defesa.
3. O ladrão do dia. A lei protege a vida do ladrão. Se ele for apanhado em flagrante durante o dia, o dono da casa "será culpado de sangue" se o matar (Êx 22.3a). Nesse caso, a pena aplicada ao ladrão é a restituição: "O ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto" (22.3b). Esse trecho parece ter sido deslocado do versículo 1. Se o ladrão capturado não tiver como restituir o roubo, como manda a lei, ele será vendido como escravo; dentro do regime mosaico, espera-se com isso que ele aprenda a lição (Êx 21.2).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A legislação mosaica não somente punia alguém que furtou, mas protegia a vida do ladrão e fazia com que ele restituísse suas vítimas, prezando pela paz.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Também passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de propriedades ou produtos, ou na administração de transações comerciais. É impróprio pagar salários mais baixos do que devem receber por direito. O amor ao dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento. A obediência é perfeita somente com um coração puro" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 191).

III. SOBRE OS DANOS MATERIAIS
1. Animal solto. Aqui a lei fala sobre responsabilidade de cada um pelo bem-estar da sociedade. Quem possui animais deve ter o cuidado para não perturbar o vizinho. O texto se refere à destruição no campo, na lavoura ou nas demais plantações. O dono do animal é condenado pela lei a indenizar o proprietário prejudicado com o melhor de seu campo, visto que o estrago no campo, ou na vinha do outro, não foi voluntário, ele apenas largou o animal deixando-o solto (Êx 22.5).
2. A queimada involuntária. A lei responsabiliza o culpado pela destruição da propriedade, ou lavoura de outrem por descuido que tenha levado o fogo a queimá-la (Êx 22.6). O responsável pelo estrago tem de reparar os prejuízos indenizando o proprietário prejudicado. Havia na Palestina cerca de setenta espécies de espinhos que serviam de muros divisórios de propriedades e rodeavam plantações de trigo (Is 5.5). Isso gerava também conflitos na demarcação de terras (Dt 19.14; 27.17; Pv 22.28).
3. O furto e o ladrão. A lei aqui trata da guarda de dinheiro e bens. O termo usado para "prata", em hebraico, é kessef, "dinheiro" e "objetos", e kelim, "artigos, utensílios, vasos", traduzido também por "traje, roupa, veste" (Dt 22.5). Se alguma dessas coisas estiver sob a proteção de alguém e for roubada, o ladrão retribuirá em dobro caso seja descoberto (Êx 22.7). Mas, se o autor do furto não for encontrado, o responsável pela custódia terá de provar sua inocência diante dos juízes (Êx 22.8).
SÍNTESE DO TÓPICO III
A lei procura reparar os danos materiais, contribuindo para o bem-estar da sociedade.

IV. O TRABALHO
1. Uma bênção. No Jardim do Edén, Deus pôs o homem para trabalhar, mesmo antes da queda (Gn 1.26-28; 2.15). A Bíblia está cheia de ensinamentos sobre o trabalho (Êx 34.21; 2 Ts 3.10). O trabalho realiza o ser o humano. O que pode, às vezes, fazer disso um tédio são os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e a opressão dos maus patrões (Tg 5.4-6), mas o trabalho em si é gratificante (Ec 3.22). O patrão deve ter o cuidado para não atrasar o pagamento de seus empregados (Lv 19.13) e estes devem ser honestos naquilo que fazem e dizem (Cl 3.22-25).
2. Os bens. Jesus renunciou à riqueza (2 Co 8.9; Fp 2.6,7) e, pelo que parece, esperava o mesmo dos discípulos (Lc 9.3; 10.4; 14.33). Além disso, Jesus mandou que o moço rico desse seus bens aos pobres (Mt 19.21), mas não exigiu isso de Zaqueu, que se prontificou livremente em doar metade de seus bens aos pobres (Lc 19.8). Não é requerido voto de pobreza para ser cristão, mas a riqueza pode ser um tropeço na vida cristã (Mt 13.22). A fé cristã não condena os bens materiais, desde que adquiridos com honestidade. É o amor ao dinheiro, e não o dinheiro em si, a raiz de toda a espécie de males (1 Tm 6.9,10).
3. O Novo Testamento. O oitavo mandamento é reafirmado diversas vezes no NT (Mt 15.19; Rm 2.21; 13.9; 1 Pe 4.15), mas adaptado à graça, pois as sanções previstas no sistema mosaico não aparecem na Nova Aliança. O Senhor Jesus disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo 5.17). O apóstolo Paulo encoraja o trabalho não somente para o sustento da família (1 Tm 5.8), mas também para que cada um contribua para suprir a necessidade do próximo (Veja 2 Coríntios nos capítulos 8 e 9).
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O trabalho é uma dádiva divina. Ele foi dado ao homem antes da Queda.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Minar era a ação de cavar uma parede de barro em propriedade alheia. Se o intruso fosse pego no ato e morto, não haveria de culpar a quem o matasse. Tratava-se de homicídio justificável. Se houvesse decorrido tempo, como dão a entender as palavras 'se o sol houver saído sobre ele", então matar o ladrão não seria justificável e tal assassinato estaria sujeito à pena. É possível que o significado desta cláusula seja que não havia culpa matar o ladrão à noite, mas que constituía delito fazê-lo durante o dia. Em todo caso, se o ladrão vivesse, teria de fazer restituição total ou, se não pudesse pagar, seria vendido como escravo.
Se o ladrão não tinha matado ou vendido o animal que roubara, ele poderia fazer restituição pagando em dobro em vez de quatro ou cinco vezes mais. Neste caso, ele devolveria o animal roubado e acrescentaria mais um" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.197).

CONCLUSÃO
O cristão deve ter bom testemunho (1 Co 10.32) e exalar o bom perfume de Cristo (2 Co 2.15) onde viver e por onde passar, e dessa maneira Deus será glorificado (Mt 5.16).

PARA REFLETIR
Sobre o oitavo mandamento:

A propriedade é um direito do ser humano?
Sim. Deus deu lei a Moisés para proteger os bens do seu povo.

Por que a pessoa não deve furtar o que pertence ao outro?
Porque  tal ato, além de ser pecado contra Deus, prejudica o próximo.

Para você, quais outras modalidades podem ser consideradas furtos?
Oriente os alunos quanto à compra de produtos piratas. Tal atitude é ilegal e macula a Igreja de Cristo.

Se uma pessoa rouba a outra, mas se arrepende, o que ela deve fazer?
Em primeiro lugar, pedir o perdão de Deus, pedir perdão à vítima e restituí-la.

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