domingo, 15 de junho de 2014

Lição 12 - O Diaconato


22 de Junho de 2014

O Diaconato

TEXTO ÁUREO
"Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus"  (1 Tm 3.13).

VERDADE PRÁTICA
Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o crente.

HINOS SUGERIDOS
115, 175, 394

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 1.1 Auxiliares dos líderes da igreja local
Terça - At 6.1-5 Homens exemplares
Quarta - At 6.6 Separados com imposição de mãos
Quinta - 1 Tm 3.12 Bons líderes no lar
Sexta - 1 Tm 3.13 Chamados para servir
Sábado - Mt 20.26-28 Jesus veio para servir

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Timóteo 3.8-13
 8 Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, 
não cobiçosos de torpe ganância,
 9 guardando o mistério da fé em uma pura consciência.
10 E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11 Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12 Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13 Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita 
confiança na fé que há em Cristo Jesus.

INTERAÇÃO
Servir: uma ordenança de nosso Senhor (Mc 12.30,31). O ministério de serviço ao próximo é o símbolo de amor na instituição dos diáconos relatada no livro dos Atos dos Apóstolos, no sexto capítulo. Aqui, os apóstolos foram coerentes com o ensinamento de Jesus de Nazaré. Há muito, o nosso Senhor havia ensinado sobre a urgência de resolver questões sociais e de caráter humanitário de quem quer que fosse. O problema registrado em Atos 6 foi de caráter étnico, mas hoje outros grandes problemas afligem muitos membros da igreja local. Que o serviço dos diáconos de Cristo nos inspire a cultivar um estilo de vida diaconal baseado na história de Jesus de Nazaré.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Analisar o estilo de vida diaconal de Jesus.
* Explicar a instituição do ministério do diácono.
* Discorrer sobre o perfil e a função do diácono.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a presente lição, sugerimos uma atividade prática para executá-la junto à classe. Procure o secretário da igreja e se informe sobre as pessoas enfermas que não podem ir aos cultos rotineiros. De acordo com a quantidade de enfermos, e após a Escola Dominical, separe grupos de três ou quatro pessoas (depende da quantidade de alunos) para fazerem uma visita. Ao chegar no lar da pessoa visitada, ore, leia a Palavra e cante para ela. Converse um pouco de modo que ela sinta-se bem acolhida. Ao final da atividade, reúna todos os grupos e explique-lhes que esta é uma prática diaconal transbordante de amor e baseada no ensino de Jesus de Nazaré (Mt 25.36,43).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
No primeiro século da era cristã, a Igreja cresceu sob o avivamento do Espírito e expandiu-se pelo mundo. Na mesma medida em que cresceu, surgiram também problemas na esfera social, demandando urgentes providências. Por uma sábia e unânime decisão, em assembleia, a igreja de Jerusalém escolheu sete homens de moral ilibada e cheios do Espírito Santo, para administrarem esse "importante negócio" (At 6.3). Nesta lição estudaremos esse importante ministério de serviço que, por causa de uma crise étnica na igreja, levou os apóstolos a propor medidas que serviram de base para instituir a função diaconal. Esta, até hoje, faz parte do ministério ordenado pelas igrejas cristãs.

I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. Significado do termo. O termo grego diaconia significa "ministério" ou "serviço". A vida inteira de Jesus aqui na Terra demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia em todos os seus aspectos. Na realidade, seu ministério terreno evidenciou o quanto Ele foi "apóstolo da nossa confissão" (Hb 3.1), profeta (Lc 24.19), evangelista (Lc 4.18,19), pastor (Jo 10.11), mas principalmente, diácono por excelência (Mt 20.28). O apóstolo Paulo disse que Jesus, "sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens" (Fp 2.6-7). Segundo a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, a expressão "tomando a forma de servo" denota o sentido de uma condição humilde.
2. Serviço de escravo. Na véspera da sua crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus doze discípulos para comer a última ceia. Tomando uma toalha e uma bacia com água, ele começou a lavar os pés dos discípulos, um a um (Jo 13.4,5). Não há atitude mais comovente do nosso Senhor como o relato do lava-pés, demonstrando serviço, exemplo e humildade. A "diaconia da toalha e da bacia" é a convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).  
3. O discípulo é um serviçal. Certa vez, Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaques, "à direita" e "à esquerda" de Jesus, quando da implantação do seu Reino (Mc 10.35-37). Os discípulos ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do Nazareno nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço conforme demonstra sua resposta a eles: "entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos]. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos" (Mc 10.43-45).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A diaconia de Jesus Cristo está centralizada na disponibilidade em servir o próximo.

II. - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito da função. A palavra diácono (gr. diakonos), segundo o Dicionário Vine, refere-se àquele que presta trabalhos voluntários aludindo aos exemplos dos criados domésticos dos tempos do Novo Testamento. O termo destaca, em especial, a função de um mestre ou de um pastor cristão, entrelaçando o sentido técnico do diácono ou diaconisa. Outra palavra grega relacionada a "diácono" é doulos. Esta refere-se a "um servo" ou "um escravo" (Mt 13.27,28; Jo 4.51). Portanto, a ideia preponderante que a função do diácono remonta é a do serviço voluntário prestado, pelo "ministro", o "servo" ou o "assistente", para alguém.
2. Origem do diaconato. "A bênção", "problema" e "reivindicação" são palavras-chave para o advento do ministério formal dos diáconos em o Novo Testamento. A bênção foi o extraordinário crescimento da igreja local em Jerusalém. A questão étnica causada pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas judias de fala hebraica e as de fala grega (At 6.1), era o problema. A reivindicação pode ser vista na manifestação verbal destas viúvas que, sentindo-se injustiçadas pelo que elas interpretaram ser uma forma de discriminação dos líderes da igreja de Jerusalém, cobraram sua assistência (At 6.1).
3. A escolha dos diáconos. Para resolver o impasse, orando e impondo-lhes as mãos, os apóstolos separaram sete irmãos de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para administrar uma questão étnica e social (At 6.2-7). Foi uma decisão de caráter pacificador e de muito bom-senso para a igreja não se perder em permanentes desentendimentos. O objetivo era estimulá-la a resolver a questão reconhecendo o caminho equivocado antes aderido pelos líderes até aquele momento. Assim, eles puderam executar as mudanças necessárias e resolveram uma questão que poderia trazer sérios problemas para a igreja de Jerusalém.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, descreve a instituição do ministério de diácono.

III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono. As qualificações dos diáconos descritas no livro de Atos e na primeira carta a Timóteo revelam que em nada elas diferem da atribuição ética exigida aos bispos (1 Timóteo e Tito).
a) Caráter moral (1 Tm 3.8). Os diáconos devem ser pessoas honradas, dignas, corretas e íntegras. Não pode haver "língua dobre" neles, isto é, a sua palavra deve ser sim, sim e não, não. A ganância por dinheiro tem de passar longe da sua vida, pois sua função é exatamente a de executar trabalhos administrativos da igreja local, como auxiliar nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e os pobres da Igreja do Senhor.
b) Caráter espiritual (1 Tm 3.9,10). Ter a plena convicção do que é crer no Evangelho. O diácono guarda a revelação de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (cf. Rm 16.25). Por isso, a liderança e a igreja local devem avaliar o candidato ao diaconato levando em conta o seu caráter moral e espiritual.
c) Caráter familiar. O candidato deve ser marido de uma mulher, fiel à sua esposa e bom pai. A exemplo dos bispos, os diáconos devem ser zelosos com o seu lar, amar as suas esposas com amor sacrifical. Devem respeitar os seus filhos, para obterem deles o mesmo respeito. O "serviço" do diácono à sua família revelará como ele servirá a igreja local.
2. A função dos diáconos em Atos 6. Quando foram instituídos diáconos, setes homens de fala grega foram separados para assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala hebraica como as de fala grega. Os diáconos não podiam permitir que houvesse injustiças de caráter social na igreja do primeiro século. A função do diaconato era fundamentalmente de caráter social.  
3. A função dos diáconos hoje. Atualmente, a função primordial do diácono é auxiliar a igreja local através das orientações do seu pastor em atividades ligadas a visitar os enfermos, os necessitados e os desviados, bem como cuidar das tarefas espirituais ligadas ao culto, como a distribuir os elementos da Ceia do Senhor, recolher as contribuições para a manutenção da igreja local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e na segurança da liturgia do culto, bem como de outras tarefas já mencionadas.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Para o perfil e a função do diácono deve-se levar em conta o caráter moral, o caráter espiritual e o caráter familiar do candidato.

CONCLUSÃO
O diaconato foi instituído pelos apóstolos de Cristo quando a comunidade cristã cresceu e precisou ter pessoas que pudessem resolver questões relacionadas a problemas sociais que demandavam atenção e cuidado. Hoje, os diáconos servem à igreja e a Deus em trabalhos diferentes, e a liderança das igrejas locais deve valorizar o seu trabalho e reconhecê-los como excelentes servidores do Reino de Deus, pois, no sentido lato, todos somos diáconos da Igreja de Deus.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"Comunhão Quebrada: A Comunidade Escolhe Sete Diáconos
Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo.
Nesta época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, 'crentes de fala grega') e os judeus hebreus (hebraioi, 'crentes de fala aramaica'). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega, provavelmente enquanto viviam fora da Palestina, ao passo que os judeus hebreus são cristãos que sempre viveram na terra nativa da Palestina" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.657).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"[Sobre a Escolha dos diáconos]
[…] Lucas não declara como é feita a escolha dos sete homens, mas a congregação como um todo vê a sensatez da proposta dos apóstolos (v.5) e participa na escolha destes diáconos. A qualificação básica é a espiritualidade, mas eles devem ser distintos de duas maneiras.
Eles têm de ser 'cheios do Espírito Santo'. Em vez de ser meros bons administradores ou gerentes de recursos, esta qualificação lhes exige que sejam capacitados pelo Espírito na ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes. Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé que faz milagres.
Eles também têm de ser 'cheios [...] de sabedoria'. Complementar aos atos de poder está o discurso inspirado pelo Espírito. Os diáconos têm de ser poderosos em obras e palavras. Como pessoas competentes e maduras que são inspiradas pelo Espírito, elas têm de ter bom senso prático e serem capazes de lidar com delicados problemas de propriedade. Seu ministério inclui negócios empresariais e a distribuição de ajuda para os necessitados, mas também deve ser espiritual e carismático. Eles devem exercer quaisquer dons espirituais que Deus lhes concedeu.
Entre os sete homens escolhidos para servir como diáconos estão Estêvão e Filipe (os únicos dois sobre quem Lucas apresenta detalhes). Filipe se destaca como pregador carismático (At 8.4-8,26-40; 21.8); ele é o primeiro a fundar uma igreja entre os samaritanos. Estêvão é descrito como 'homem cheio de fé' (v.5), sem dúvida significando a fé que faz milagres. Ele faz 'prodígios e grandes sinais entre o povo' (v.8), e seus oponentes não sabem como lidar com a pregação que ele faz (v.10). O ministério destes dois homens ilustra os ministérios dos diáconos carismáticos, os quais se estendem muito além das preocupações práticas do dia a dia da Igreja.
A ordenação dos sete diáconos fornece bom modelo para ministrar as minorias da Igreja. Como na Igreja primitiva, devemos nos preocupar com o modo como as minorias - os pobres, as viúvas, os órfãos e as pessoas de diferentes origens raciais - são tratadas. Semelhante às viúvas crentes de fala grega, tais pessoas são indefesas, e suas necessidades podem ser negligenciadas. Cada congregação deve ter um programa próprio para ministrar aos que estão em desvantagem e às minorias, e entregar este ministério àqueles que são espiritualmente dotados e compromissados a cuidar deles" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.657-8).

VOCABULÁRIO
Lato: De grande amplitude; não restrito, largo, extenso.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ANDRADE, Claudionor de. Manual do Diácono. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 1995.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD
nº58. p.42.

EXERCÍCIOS

1. Qual o significado do termo grego "diaconia"?
R. "Ministério" ou "serviço".

2. Qual o significado da "diaconia da toalha e da bacia"?
R. Significa a convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).

3. Quais as qualificações para o diaconato?
R. Caráter moral, caráter espiritual e caráter familiar.

4. Qual a função dos diáconos em Atos 6?
R. Assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala hebraica como as de fala grega.

5. Qual a função dos diáconos hoje?
R. Auxiliar a igreja local através das orientações do seu pastor em atividades ligadas a visitar os enfermos, os necessitados e os desviados, bem como cuidar das tarefas espirituais ligadas ao culto, como distribuir os elementos da Ceia do Senhor, recolher as contribuições para a manutenção da igreja local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e na segurança do culto, bem como de outras tarefas para as quais for designado.

domingo, 8 de junho de 2014

Lição 11 - O Presbítero, Bispo ou Ancião


15 de Junho de 2014

O Presbítero, Bispo ou Ancião

TEXTO ÁUREO
"Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]" (Tt 1.5).

VERDADE PRÁTICA
O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local.

HINOS SUGERIDOS
151, 344, 516

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tt 1.5 O estabelecimento dos Presbíteros
Terça - Tg 5.14 Homens espirituais
Quarta - 1 Tm 4.14 A ação do presbitério
Quinta - 1 Pe 5.1,2 Presbíteros apascentadores
Sexta - 1 Pe 5.3 Como exemplo do rebanho
Sábado - Tt 1.5,7 Bispo - Outro nome para presbítero

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4

Tito 1.5-7;
5 Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6 aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
7 Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;

1 Pedro 5.1-4
1 Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2 apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.

INTERAÇÃO
A igreja local é o Corpo Invisível de Cristo num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso, é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Conceituar o termo e a função do presbítero.
* Valorizar o ministério do presbítero.
* Apontar os deveres dos presbíteros.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Caro professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do presbítero, reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Peça aos alunos para discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro, preenchendo os espaços vazios.
Conclua afirmando que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto implica múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa região.
 Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério de sua igreja local.

O PRESBÍTERO
- Apascentar
- Ensinar
- Administrar

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
No início da Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.

I. A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo "presbítero" (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega presbys, "pessoa mais velha". Como substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, "presbítero" é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).
2. A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.  
3. As qualificações. Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: "presbíteros", "bispos" ou "anciãos" (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1 Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para "bispo", denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.
SINOPSE DO TÓPICO (1) O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskolos) e de pastor (do gr. poimēn). Logo, a sua função é pastoral

II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo. "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério" (1 Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de "presbitério" (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).
2. A atuação do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: "E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém" (At 16.4).
3. A valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina" (1 Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1 Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Fundamentado na Palavra de Deus desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo da igreja local junto ao pastor titular.

III. OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1 Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1 Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.
2. Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na "Igreja de Deus" (1 Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber "governar a sua própria casa" e ser "apto a ensinar" (1 Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível "para servir" e "não para ser servido" (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.
3. Ungir os enfermos. "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor" (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Apascentar a igreja de Cristo, liderar uma igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero. .

CONCLUSÃO
Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"As qualificações dos Presbíteros (1.6-9)
As qualificações no verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O grego traduz literalmente: 'Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução [desperdício de dinheiro] nem são desobedientes' - este pode ser considerado como um candidato ao presbitério [...].
Paulo parece estar usando as palavras 'ancião/presbítero' (presbyteros, v.5) e 'líder/bispo' (episkopos, v.7) de modo intercambiável [...]. Neste primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis e indistintos (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.704,05).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Histórico Pentecostal
"PRESBÍTEROS
As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O presbítero (anteriormente chamado 'ancião') é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor.
[...] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).
[...] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor" (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.715,16).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD
nº58. p.41.

EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição o que é um presbítero?
R. É um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local.

2. Qual o significado do termo "presbitério"?
R. "Presbitério" vem do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã. O termo designa o conjunto de presbíteros que administram uma igreja local.

3. Relacione os deveres dos presbíteros.
R. Apascentar a igreja, liderar a igreja local e ungir os enfermos.

4. Quais as duas esferas principais de atuação da liderança da igreja local?
R. O governo e o ensino. 

5. Qual é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para ser presbítero?
R. Ensinar e governar com equidade e seriedade.

domingo, 1 de junho de 2014

Lição10 - O Ministério de Mestre ou Doutor


8 de Junho de 2014

O Ministério de 
Mestre ou Doutor

TEXTO ÁUREO
"De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.6,7).

VERDADE PRÁTICA
Os vocacionados por Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edi car a Igreja de Cristo.

HINOS SUGERIDOS
141, 258, 429

LEITURA DIÁRIA
Segunda – At 13.1 Doutores na igreja
Terça – 1 Co 12.29 Nem todos são doutores
Quarta – 1 Tm 1.6,7 Doutores sem entendimento
Quinta – 2 Tm 4.3 Falsos doutores
Sexta – Tg 3.1 A responsabilidade do mestre
Sábado – Mt 4.23-25 Jesus, o mestre por excelência

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 7.28,29; Atos 13.1; Romanos 12.6,7; Tiago 3.1

Mateus 7.28,29;
28 E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,
29 porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas.

 Atos 13.1;
1 Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

Romanos 12.6,7;
6 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

Tiago 3.1
1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.


INTERAÇÃO
Nunca foi tão necessário, como hoje, a igreja investir na figura do mestre cristão. Quando o crente é ensinado a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura bíblica, relacioná-la com o mundo do século XXI e aplicá-la à vida das pessoas de maneira competente, o risco de sofrermos o engano é amenizado. Para quem pensa ser prejudicial à vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade, deveria pensar na elaboração das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis no Brasil. Se não houvesse homens e mulheres levantados por Deus e versados na erudição (línguas hebraica, grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura oriental; a arqueologia para se achar manuscritos dos mais antigos possíveis), por certo, não teríamos a Bíblia traduzida em nosso idioma. Por isso, valorize quem se esmera por conhecer mais as Escrituras.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por excelência.
* Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para ensinar a igreja do primeiro século.
* Saber da importância do dom ministerial de ensinador na igreja local.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, no terceiro tópico da lição o autor afirma: "Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá". Partindo do princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no contexto cultural brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve para a sala de aula. No final da lição, proponha a turma uma roda de leitura. Esta atividade objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora escolhido e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto com os alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o hábito de ler.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O ministério do ensino da Palavra é primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1 Tm 4.13). É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha.

I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O mestre da Galileia. Doutor incomparável, "percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]" (Mt 4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração do perturbado.
2. O mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele. Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento.
3. O mestre da humildade. A fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus "levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, "Deus conosco", encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas "espírito e vida" (Jo 6.63).  Ele nos convida a fazer o mesmo: "Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.13-15).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento tanto como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.

II. O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as coisas" que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente ensinar.
2. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Além disso, acrescenta que em "cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (v.43). A "doutrina dos apóstolos" aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.
3. Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava "publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado "doutores" na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O ensino na igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para os apóstolos ensinarem persistentemente.

III. A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade urgente da igreja. Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja local é preciso haver pessoas vocacionadas. Não são todas que reúnem informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário. Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também. Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade "espiritual" e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2 Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).
2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. Estamos acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os seus discípulos por toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando!
3. Requisitos necessários ao mestre. Apresentaremos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre em nossa época:
a) Um salvo em Cristo. Não pode haver dúvidas quanto à própria experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do ensino (2 Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.
b) O hábito de ler. Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13).
c) Preparo intelectual. A Bíblia é o instrumento de trabalho do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.
d) Um coração em chamas. Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma mente bem preparada e conectada a um "coração em chamas" e apaixonado por Jesus (At 3.12-26).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O dom ministerial de mestre é uma necessidade para a igreja local e uma responsabilidade para um discipulado permanente..

CONCLUSÃO
É preciso desfazer a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam: homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1 Pe 3.15).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"MESTRE
Nas Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias palavras são traduzidas como 'mestre' nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra hebraica mais frequente, 'adon, significa 'soberano' ou 'senhor'. O significado literal de várias palavras gregas varia de 'instrutor' ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até 'déspota' ou despotes, com em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como 'mestres', epistates, significa 'meu mestre' ('superior' ou 'professor'), com em João 4.31. [...] Duas palavras gregas para 'mestres' ocorrem em Mateus 23.8-10, 'Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi, 'meu mestre', ou 'professor'], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, 'líderes'], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo" (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 1261,62).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Educação Cristã
"É ordem de Jesus Cristo
Mateus 28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório, mas essencial para a estratégia de nosso Senhor.
O mandato 'Fazei discípulos' (ARA) inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui é o de determinada espécie, isto é, 'guardar [obedecer] todas as coisas' que Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar.
Foi praticada pela Igreja Primitiva
Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?
A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja primitiva, o qual nos informa que eles 'perseveravam na doutrina [ensino] dos apóstolos' (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma exceção.
A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que servissem à Igreja, conforme está escrito: 'Uns [...] para pastores e doutores [mestres, professores]' (Ef 4.11). O propósito?' 'Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo' (Ef 4.12); mais outra prova de que os talentosos são chamados para o ministério da multiplicação e não da adição.
Para o judeu, não havia uma posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte, quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo 'dom de ensino' com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve de emitir esta advertência: 'Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores], sabendo que receberemos mais duro juízo' (Tg 3.1). Considerando que o professor é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade, ponderada e sensata" (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.6,7).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARAÚJO, Carlos Alberto R. A Igreja dos Apóstolos: Conceito e Forma das Lideranças na Igreja Primitiva. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD
nº58. p.41.

EXERCÍCIOS

1. Quais eram as duas opções de quem ouvia o Mestre dos mestres?
R. Amá-lo ou odiá-lo.

2. O que Jesus fez a fim de ensinar acerca da humildade?
R. O mestre da Galileia "levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5). 

3. Qual foi a ordem de Jesus para a Igreja antes de ascender aos céus?
R. Determinou aos seus discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as coisas" que Ele tinha ordenado. 

4. De acordo com a lição, o que significa a doutrina dos apóstolos?
R. Trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles, de forma eficaz, a fim de produzir crescimento integral aos novos crentes.

5. O que é necessário para que o ministério de ensino na Igreja seja eficaz?
R. É preciso haver pessoas vocacionadas.