domingo, 27 de outubro de 2013

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# Assembléia de Deus Missões 
do Jd. Nogueira setor 19  


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Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos


3 de Novembro de 2013

O Cuidado com Aquilo que Falamos

TEXTO ÁUREO
"Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos"  (Pv 16.24).

VERDADE PRÁTICA
As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração está cheio.

HINOS SUGERIDOS 
306, 285, 557

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 15.23 Falando no tempo certo
Terça - Pv 15.2 A língua como adorno da sabedoria
Quarta - Pv 6.17 A língua que Deus aborrece
Quinta - Pv 16.24 A língua como instrumento de cura
Sexta - Pv 16.21 O saber pela doçura no falar
Sábado - Tg 3.8 A difícil arte de domar a língua

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 6.16-19; 15.1,2,23;16.21,24
6.16 Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina:
17 olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente,
18 e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal,
19 e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
15.1 A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
23 O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!
16.21 O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.
24 Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos.

INTERAÇÃO
Prezado professor, você deve conhecer as seguintes expressões: “Sou sincero!”; “Só falo a verdade!”; “Não levo desaforo para casa!” Mas quem disse que ser sincero, falar a verdade e não levar desaforo para casa significa estar sempre com a razão? Na verdade, tal postura re"ete uma má educação. Vivemos numa sociedade onde se perdeu o respeito mútuo. É no trânsito, na !la do caixa do mercado, na !la dos bancos, nos departamentos das igrejas; as pessoas parecem não ter paciência  para esperar, se acalmar. Não pensam duas vezes em usar uma arma poderosa para ofender, maltratar e magoar: a língua. O Evangelho, por outro lado, desa!a-nos a agirmos de outra maneira: pagando o mal com o bem.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Conhecer as consequências das palavras
* Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
* Ter cuidado com o bom uso da língua

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para concluir a lição desta semana, leia com a classe Tiago 3.3-5. Em seguida, destaque as expressões "freio nas bocas dos cavalos"; "a nau dominada por um pequeno leme" e "a língua, um pequeno membro". Depois, explique-as afirmando que elas representam um pequeno elemento que é poderoso para impedir ou permitir uma tragédia inigualável. Conclua dizendo que nossa língua, um pequeno órgão, pode edificar vidas mas, também, ofendê-las, magoá-las ou destruí-las. À luz dessas metáforas, desafie os alunos a desenvolverem o autocontrole sobre o que dizem e, consequentemente, fazem.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
Provérbios e Tiago contêm as mais belas exposições sobre uma capacidade que apenas os seres humanos possuem: a fala. Na lição de hoje, analisaremos o que as Escrituras revelam sobre esse fascinante dom.
Num primeiro momento, estudaremos como o falar é tratado pelos autores sagrados. Em seguida, veremos os conselhos que Salomão e Tiago dão àqueles que verbalizam pensamentos, princípios e preceitos. O objetivo é mostrar como a literatura sapiencial bíblica toca num ponto sensível da vida humana, muitas vezes esquecido pelos cristãos: a devida e correta utilização das palavras.

I.  O PODER DAS PALAVRAS
1. Palavras que matam. É evidente que, dependendo do contexto em que são faladas e por quem são pronunciadas, podem ferir ou até mesmo matar (Pv 18.21a). Este exemplo pode ser observado na vida conjugal, quando uma palavra ofensiva, ou injuriosa, dita por um cônjuge, ofende e magoa o outro. Se não houver perdão de ambas as partes, o relacionamento poderá deteriorar-se (Pv 15.1).
2. Palavras que vivificam. A palavra hebraica dabar significa palavra, fala, declaração, discurso, dito, promessa, ordem. Os temas contemplados pelo uso desses termos são, na maioria das vezes, valores morais e éticos. Salomão tem consciência da importância das palavras e, por isso, afirma: "O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino" (Pv 16.21).
SINOPSE DO TÓPICO (1) Segundo a Bíblia, dependendo da motivação de quem pronuncia, as palavras podem matar ou vivificar.

II. - CUIDADOS COM A LÍNGUA
1. Evitando a tagarelice. Há um provérbio muito popular que diz: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer". Este ditado revela a maneira imprudente de se falar, algo bem próprio do tagarela. Este personagem está presente na tradução do hebraico batah: pessoa que fala irrefletida e impensadamente.
Não basta dizer: "Pronto, falei!" É preciso medir as consequências do que se fala. E a melhor forma de fazer isso é compreender que na "multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente" (Pv 10.19). Salomão tinha essa consciência (Pv 13.3).
2. Evitando a maledicência. O livro de Provérbios também apresenta conselhos sobre a maledicência. Ali, a palavra aparece como sendo a sétima abominação, isto é, o ponto máximo de uma lista de atitudes que o Senhor odeia (Pv 6.16-19). O Senhor "abomina" (do hebraico to'ebah) a maledicência ou a contenda entre irmãos.
No original, "abominar" significa "sentir nojo de" e pode se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de intrigas entre irmãos. É a mesma palavra usada para descrever coisas abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.25), o homossexualismo (Lv 18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21)!
SINOPSE DO TÓPICO (2) O conselho bíblico para cuidarmos da nossa língua começa por evitarmos a tagarelice e a maledicência.

III. O BOM USO DA LÍNGUA
1. Quando a língua edifica o próximo.  Como servos de Deus, somos desafiados a usar nossas palavras como um meio para ajudar nossos irmãos, através de exortações, bons conselhos e também através do ensino da Palavra de Deus e de seus princípios (1 Co 14.26).
2. Nossa língua adorando a Deus. O melhor uso que se pode fazer da palavra é quando a empregamos para dirigir-nos a Deus em adoração. Todo crente fiel sabe disso, ou deveria saber (Pv 10.32). O Senhor se agrada dos sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Esse é o segredo para uma vida frutífera e agradável ao Senhor  (Ef 5.19,20). Não nos esqueçamos, pois, da maior vocação de nossa língua: louvar e exaltar a Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (3) A língua deve ser usada para edificar o próximo com bons conselhos, exortações e ensino da Palavra de Deus; e exaltar ao Altíssimo adorando-O em Espírito e em Verdade.

IV. SALOMÃO E TIAGO
1. Uma palavra ao aluno. Abundante no livro de Provérbios, a expressão hebraica shama Beni ocorre 21 vezes com o sentido de "ouvi filho meu". Não há dúvida de que o emprego de tal linguagem revela o amor de uma pessoa mais experiente, dirigindo-se a outra ainda imatura. É alguém sábio e experimentado na vida, passando tudo o que sabe e o que vivenciou ao seu aprendiz (Pv 1.8,10,15; 3.1,21; 5.1,20; 7.1).
São mais de trezentos conselhos como regra do bom viver. Segui-los significa achar o bem, e não segui-los é encontrar-se com o mal.
2. Uma palavra aos mestres. Se por um lado Salomão se dirigiu ao discípulo (do hebraico: filho, aluno), por outro lado Tiago falou àqueles que querem ser mestres. Os que pregam e ensinam a Palavra de Deus têm de falar somente o que convém à sã doutrina (Tt 2.1).
Em sua epístola, Tiago utiliza símbolos extraídos do cotidiano, mas carregados de significado: a) Freios: Assim como o freio controla o animal, deve o crente refrear e controlar a sua língua; b) Leme: Se o leme conduz o navio ao porto desejado, deve o crente dirigir o seu falar para enaltecer a Deus; c) Fogo: Uma língua sem freios e fora de controle queima como fogo. Por isso, mantenhamos a nossa língua sob o domínio do Espírito Santo; d) Mundo: A língua pode se tornar um universo de coisas ruins. Então, o que fazer? Transformá-la num manancial de coisas boas; e) Veneno: O perigo reside em alguém possuir uma língua grande e ferina e, portanto, venenosa. f) Fonte: Como fonte, a língua deve jorrar coisas próprias à edificação; g) Árvore: A boca do crente, por conseguinte, deve produzir bons frutos. Portanto, usemos as nossas palavras para a glória de Deus (Tg 3.1-12).
SINOPSE DO TÓPICO (4) Ao ensinar os provérbios, Salomão tem em mente ensinar os discípulos, enquanto Tiago aconselha os mestres.

CONCLUSÃO
Vimos nesta lição os conselhos dos sábios sobre o bom uso da língua. A linguagem, como algo peculiar ao ser humano, é muito preciosa para ser usada iniquamente. Não permitamos, pois, que a nossa língua seja instrumento de um dos pecados que Deus mais abomina: a disseminação de contendas entre os irmãos.
À luz da Palavra de Deus, somos encorajados a andar em união, harmonia e paz. Portanto, com a nossa língua abençoemos o nosso semelhante, pois assim fazendo, bendiremos também ao Senhor nosso Deus.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Vida Cristã
"DISCIPLINA DA LÍNGUA
Que poder tem a palavra escrita ou falada! Nações se ergueram, e nações caíram pela língua. Vidas foram enaltecidas e rebaixadas pelo falar humano. A bondade flui como um doce rio de nossas bocas, da mesma forma, o esgoto. A pequena língua, sem dúvida, é uma força poderosa.
[...] Tiago, o irmão do Senhor, entendia isto tão bem, quanto qualquer homem na história e, através do uso de analogias gráficas, ele nos deu a mais penetrante exposição sobre a língua do que qualquer texto literário, seja secular ou sagrado [...] (Tg 3.3-5).
[...] A principal preocupação de Tiago é com o poder destrutivo da língua, e isto produz uma das mais provocantes declarações: 'Vede como uma fagulha põe em brasa tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo e contamina o corpo inteiro e não só contamina e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno (vv.5,6)" (HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.126-27).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"Abençoando o Malfeitor
Fazer o bem àqueles que nos fizeram mal envolve tanto palavras quanto atos, tanto bênçãos quanto servir. John Stott afirma: 'Na nova comunidade de Jesus as maldições devem ser substituídas por bênçãos; a malícia, por oração; e a vingança, por serviço. De fato, a oração purga o coração da malícia; os lábios que abençoam não podem, ao mesmo tempo, amaldiçoar; e a mão ocupada com serviços fica impedida de se ocupar com vingança'.
No entanto, deixemos claro que na prática, conquistar o mal com o bem envolve muitas vezes a obstinação e a dureza que vai contra nossas concepções sentimentalizadas da bondade. A fim de verdadeiramente fazermos o bem para alguém implicará dar o que mais precisa - não necessariamente o que ele quer. Por exemplo, fazer o bem para um pai ameaçador e ditatorial que insiste em controlar seu filho adulto pode significar resistir a ele e se recusar a ceder a suas exigências. Por outro lado, no caso de uma mãe fraca e indecisa fazer o bem significa se recusar a tomar qualquer atitude a fim de que ela seja forçada a tomar suas decisões. Como Allender e Longman sugerem: 'Em muitos casos, um amor [tão] corajoso muitas vezes enerva, fere, pertuba e compele a pessoa amada a lidar com as enfermidades interiores que estão roubando a alegria dela e dos outros'.
Esse tipo de amor vigoroso é exemplificado na última frase da passagem de Provérbios citada por Paulo. A frase diz que ao dar comida e bebida a nossos inimigos amontoa-se 'brasas de fogo sobre a [nossa] cabeça' (Rm 12.20). Embora isso possa nos parecer um ato pouco amigável, nos tempos bíblicos, essa era uma figura de linguagem para dizer que isso traz um profundo sentimento de vergonha a seus inimigos, não a fim de ofendê-los ou humilhá-los, mas para levá-los ao arrependimento e à reconciliação" (SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.166-67).

VOCABULÁRIO
Nau: Designação genérica que até o século XV se aplicava a navios de grande porte.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar, cuidar, empenhar-se.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56, p.38.

EXERCÍCIOS
1. Dependendo do contexto em que são faladas, e por quem são pronunciadas, o que as palavras podem fazer? Dê um exemplo.
R. Podem matar uma pessoa. Por exemplo, na vida conjugal quando o cônjuge ofende e magoa o outro através das palavras.

2. Segundo a tradução do termo hebraico batah, o que significa tagarela?
R.  Pessoa que fala irrefletida e impensadamente

3. Qual atitude o Senhor abomina segundo o livro de Provérbios?
R. A  maledicência ou a contenda entre irmãos.

4. Como servos de Deus, o que somos desafiados a fazer com nossas palavras?
R.Usá-las como um meio para ajudar nossos irmãos.

5. Se por um lado, em Provérbios, Salomão se referiu aos discípulos, a quem Tiago se dirigiu?
R. Aos mestres, aqueles que labutam no ensino.



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro


27 de Outubro de 2013

Lidando de Forma Correta com o 
Dinheiro


TEXTO ÁUREO
"Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência"  (Pv 23.23).

VERDADE PRÁTICA
Quando o dinheiro não é dominado como servo, mas domina como senhor, transforma-se num grande e terrível tirano.

HINOS SUGERIDOS 20, 47, 247

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 11.15 Advertência contra a fiança
Terça - Pv 22.26,27 Advertência acerca do crédito
Quarta - Pv 28.8 Advertência contra a usura
Quinta - Pv 17.16 Advertência contra o tolo
Sexta - Pv 23.23  Buscando virtudes
Sábado - Fp 4.19 Buscando a suficiência em Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 6.1-5
Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho,
enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca.
Faze, pois, isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te e importuna o teu companheiro;
não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras;
livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

INTERAÇÃO
O amor ao dinheiro desperta o lado mais primitivo do ser humano. Por dinheiro, as pessoas mentem, golpeiam, dissimulam, roubam, matam, etc. Por dinheiro os homens constroem impérios sem prestar atenção na pobreza estabelecida ao redor deles. Por dinheiro pessoas lucram através do suor do rosto alheio, apesar de a Bíblia dizer que o homem viveria do suor do próprio rosto. Enfim, o apego ao dinheiro é o elemento responsável por muitas tragédias humanas. À luz do ensino de Provérbios, devemos munir-nos da sabedoria divina em relação ao dinheiro para não cometermos as mesmas injustiças que os homens sem Deus cometem.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Definir fiador, empréstimo, usura e suborno.
* Decidir usar corretamente o dinheiro.
* Buscar o equilíbrio financeiro.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, providencie para a aula de hoje revistas antigas e jornais que tenham matérias ou artigos a respeito de escândalos financeiros (agiotagem, corrupção, etc).
Divida a turma em quatro grupos. Solicite aos alunos que eles façam uma pesquisa sobre escândalos financeiros utilizando as revistas e jornais. Reúna os grupos novamente e dê três minutos para cada grupo relatar a matéria escolhida. Em seguida, pergunte a opinião deles sobre o caso. Ouça as respostas. Conclua a tarefa afirmando que praticar atos ilícitos para obter dinheiro não compensa, pois é um grave pecado contra Deus e contra o próximo!

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
Guerras, assassinatos, fomes e violência. Tanto no passado como no presente, podemos afirmar que boa parte desses males tem como causa primária o amor ao dinheiro. De fato, é o que as Escrituras afirmam em 1 Timóteo 6.10. Já vimos que ser rico e possuir bens não é errado, pois "a bênção do senhor é que enriquece" (Pv 10.22).
Todavia, amar o dinheiro significa torná-lo nosso senhor em vez de nosso servo. Isto traz um grande mal, pois na condição de senhor o dinheiro torna-se um tirano cruel. Por isso, nesta lição, aprenderemos como usar o dinheiro de forma que ele venha a glorificar a Deus.

I. O CUIDADO COM AS FIANÇAS E EMPRÉSTIMOS
1. O Fiador. O Dicionário Aurélio define o fiador como "aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança". O crente deve ter cuidado ao afiançar ou avalizar alguém, pois como diz o sábio, poderá sofrer "severamente aquele que fica por fiador do estranho" (Pv 11.15).
Tenha cuidado com o cartão de crédito e com o famoso "cheque emprestado". Este último se não houver fundos para cobri-lo, na data da apresentação, você será cadastrado na lista de emitentes de cheques sem fundos. Siga a recomendação do sábio, evite esse tipo de problema e esteja "seguro" (Pv 11.15).
2. Empréstimo. O Dicionário Aurélio auxilia-nos também na definição do termo emprestar: "Confiar a alguém (certa soma de dinheiro, ou certa coisa), gratuitamente ou não, para que faça uso delas durante certo tempo, restituindo depois ao dono". Sobre isso, o conselho encontrado em Provérbios é atualíssimo: "Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?" (Pv 22.26,27).
Não há nada de errado em emprestar, ou tomar emprestado, desde que se cumpra o compromisso firmado. Comprou? Pague! Tomou emprestado? Devolva! Quem compra e não paga, toma emprestado e não devolve, age desonestamente para com a pessoa que lhe deu crédito e desonra o nome do Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO (1) O cristão deve ter prudência ao decidir ser um fiador ou efetuar um empréstimo.

II. - O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL
1. Evitando a usura. A prática de emprestar dinheiro a juros é bem antiga. Para Milton C. Ficher, erudito em Antigo Testamento, a legislação de Deuteronômio 23.19,20 já proibia a prática de se "emprestar com usura" ("juros" na ARA). Mas não apenas dinheiro, também comida e "qualquer coisa que se empreste à usura".
Os termos hebraicos neshek e nashak aludem a qualquer tipo de cobrança abusiva feita por ocasião do pagamento da dívida. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos devia ser observado pela nação israelita. Sobre isso e acerca de quem habitaria o tabernáculo do Altíssimo, Davi advertiu solenemente (Sl 15.5).
A legislação brasileira prevê que o crime de usura, ou agiotagem, ocorre quando os juros cobrados por particulares forem maiores que os praticados pelo Mercado Financeiro e permitido por lei. Portanto, agiotagem é crime! É pecado!
2. Evitando o suborno. De acordo com os léxicos, subornar é "dar dinheiro ou outros valores a, para conseguir coisa oposta à justiça, ao dever ou à moral". Subornar é corromper para ganhar vantagens. A imprensa veicula constantemente exemplos de pessoas que receberam suborno quando deveriam zelar pelo cumprimento de suas obrigações.
A Palavra de Deus afirma que aquele que aceita suborno secretamente perverte o caminho da justiça (Pv 17.23). O cristão não pode aceitar suborno nem muito menos pagá-lo, pois ele anda na luz e precisa honrar a Deus em todas as áreas de sua vida. A prática do suborno é uma perigosa armadilha. O que se apresenta como lucro hoje, amanhã se revelará numa perda irreparável. Por isso, atentemos ao conselho de Provérbios (Pv 17.23 - ARA).
SINOPSE DO TÓPICO (2) A Bíblia rechaça a prática do lucro fácil que advém da usura e do suborno.

III. O USO CORRETO DO DINHEIRO
1. Para promover valores espirituais. Um dos melhores conselhos sobre a promoção dos valores espirituais pode ser encontrado em Provérbios: "Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência" (Pv 23.23). Aquilo que é eterno custa caro e, por isso, poucos têm interesse nesse investimento.
Para Judas foi mais fácil vender Jesus do que se desfazer de sua cobiça. O mesmo aconteceu com os irmãos de José. Venderam-no para o Egito por um punhado de dinheiro (Gn 37.1-36). Hoje, muitos crentes estão negociando a sua herança espiritual e moral, trocando-a por coisas pecaminosas. Por que não investir o dinheiro naquilo que promove a sabedoria, a instrução e o conhecimento? Cuidado! Não desperdice o seu salário com futilidades. Adquira somente o que glorifica a Deus e honra o Evangelho de Cristo.
2. Para promover o bem-estar social. Para o pobre, o dinheiro mal dá para suprir as necessidades mais elementares e básicas. Felizmente, o dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois "melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico" (Pv 28.6).
Entretanto, há muitos crentes com dinheiro, e muito dinheiro, mas que não o utilizam para honrar a Deus e ajudar ao próximo. Eles não trazem os seus dízimos à Casa do Senhor, não ofertam, não contribuem com a obra missionária, não investem em obras sociais e nem do bem-estar da própria família cuidam. A estes as Escrituras chamam de insensatos (Pv 17.16 - ARA). Os tais ainda não leram o conselho do sábio: "Porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?" (Pv 27.24). Quando morrerem, outros irão usufruir o que eles deixarem!
SINOPSE DO TÓPICO (3) O conselho bíblico diz que o uso do dinheiro deve promover valores espirituais e o bem estar social.

IV. BUSCANDO O  EQUILÍBRIO FINANCEIRO
1. Buscando a suficiência. Em Provérbios 30.8,9, o sábio ensina o sentido de ter uma vida financeira suficiente, isto é, nem pobreza nem riqueza. Esse ponto de equilíbrio define bem o que é ter uma vida próspera na perspectiva bíblica. É ter a suficiência, como ensinou o apóstolo Paulo (Fp 4.19). Essa suficiência mantém nossa vida equilibrada. Ela não permite o muito tornar-se excesso nem o pouco virar escassez. Atentemos ao conselho do sábio!
2. Buscando o que é virtuoso. Para o sábio, há coisas que superam o valor do dinheiro: "Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela" (Pv 3.13-15).
A sabedoria, como bem espiritual, em muito supera o dinheiro, pois para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia. É incomparável o seu valor (Pv 8.11). Diz ainda Salomão: "Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro" (Pv 22.1).
SINOPSE DO TÓPICO (4) Uma vida financeiramente equilibrada se caracteriza quando o muito não se torna excesso nem o pouco, escassez.

CONCLUSÃO
A presente lição mostrou que, embora o dinheiro seja algo essencial à vida, não é o mais importante. Há outros valores mais importantes do que ele. É necessário, portanto, buscarmos um viver equilibrado como resultado da obediência aos princípios da Palavra de Deus. Em Cristo, o centro de toda revelação bíblica, temos toda a suficiência de que precisamos. Aleluia!

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Vida Cristã
"Trata do Crédito com Cuidado
As intermináveis pressões de 'mês mais comprido que o dinheiro' é o bastante para separar famílias. Mas, em alguns casos, ter mais dinheiro não é solução. Devemos começar a administrar corretamente o que temos. O marido e a esposa têm de trabalhar juntos (e haverá o tempo e o lugar para envolver os filhos). Olhe além dos pagamentos mensais. Faça uma imagem mental de toda a dívida em destaque. Damos graças a Deus porque uma taxa de crédito nos permitirá tomar dinheiro emprestado, mas não nos enganemos: os juros serão altos. Cartões de crédito têm sido a ruína de muitos lares. Melhor deixar de comprar a crédito, a menos que tenha disciplina e limite. Abandone o uso de cartões de crédito, se você sabe que não haverá dinheiro para pagar. Pague suas contas no vencimento. Quando os pagamentos não puderem ser efetuados, comunique ao credor" (Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.146).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Vida Cristã
"É um Mundo Consumista
'E o que há de errado com isto?', você pode estar se perguntado. Talvez você pense que eu queira persuadi-lo a vender tudo o que tem e ir viver nas montanhas feito eremita. Relaxe, eu não pretendo fazer isto! Nem estou tentando fazê-lo sentir-se culpado por ter uma lista de 'coisas a comprar' guardada na gaveta de cômoda.
Não. Não é nada disso.
O que estou tentando dizer é que o problema está em ser acometido pela síndrome do 'adquira-e-possua' de nossa cultura, em viver para ter e ter para viver, em ter uma casa cheia de 'coisas' - todas estas coisas raramente satisfazem. A batedeira que você almejava desde 1987 rapidamente perderá seu brilho. E logo logo você estará procurando 'mais uma coisinha' para equipar sua cozinha. A casa de quatro quartos com piscina e churrasqueira na qual você depositou todas as suas economias, em algum momento perderá seu brilho também.
E quanto mais ficamos fascinados com as coisas novas que brilham à nossa volta, mais espaço, energia, tempo e dinheiro será necessário para manter o vício do consumo!

Coisas e Caos
Ilyce Glink, uma planejadora financeira [...], faz a seguinte observação:
Quando você compra uma casa grande para acomodar suas coisas, você paga altas taxas, altas contas de luz, altas contas de gás e uma hipoteca maior; somando-se ainda tudo o que estas coisas exigem de custos de manutenção!

Manter ou expandir as coisas que você já tem toma muito dinheiro e tempo. E não estou falando apenas de casas. Coisas simples como uma placa de memória com maior capacidade de armazenamento para o computador do seu filho. Ou 'coisas' como férias de família. Apenas visitar um parque temático já o deixa sem algumas centenas de dólares hoje em dia. E Disneylândia? Bem, é mais fácil ganhar uma medalha de ouro olímpica do que passar as férias lá!
Agora, eu imagino que muitos dos leitores ganham consideravelmente mais dólares do que eu e Rick. Outros de vocês mantêm família com salário mínimo. Não é minha intenção fazer um debate entre classes aqui. Pelo contrário, quero chamar sua atenção de perdedor financeiro para um simples fato: muitos de nós estamos nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos" (BARNHILL, Julie Ann. Antes que as Dívidas nos Separem. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.70-1).

VOCABULÁRIO
Agiotagem: Empréstimo de dinheiro a juros superiores à taxa legal; usura.
Mercado Financeiro: Segundo a Economia, é um complexo mecanismo que organiza os processos de compras e vendas em comércio (mercadorias,  valores imobiliários, câmbio e outros bens).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BARNHILL, Julie Ann. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
PALMER, Michael D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56 p.38.

EXERCÍCIOS
1. Defina o termo fiador.
R. Aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança.

2. Por que devemos ter cuidado com o cartão de crédito e com o cheque emprestado?
R.  Porque se não houver fundos para cobrir os valores a pessoa será enquadrada na lista de emitentes de cheques sem fundo.

3. Em relação à cobrança abusiva de juros, qual princípio deveria ser observado pela nação israelita?
R. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos.

4. O dinheiro é realmente o único valor que conta? Por quê?
R  O dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois "melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico" (Pv 28.6).

5. Para o sábio, a sabedoria era um bem espiritual muito superior ao dinheiro. Por quê?
R. Porque, para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia.

domingo, 13 de outubro de 2013

Lição 3 - Trabalho e Prosperidade


Lição 3
20 de Outubro de 2013

Trabalho e Prosperidade

TEXTO ÁUREO
"A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores"  (Pv 10.22).

VERDADE PRÁTICA
A Bíblia condena a inércia e a preguiça, pois é através do trabalho e da bênção de Deus que prosperamos.

HINOS SUGERIDOS 77, 104, 294

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 10.22 A bênção do Senhor prospera
Terça - Pv 3.9,10 A generosidade gera prosperidade
Quarta - Pv 3.13-15 O conhecimento gera prosperidade
Quinta - Pv 22.13; 24.34 A preguiça afasta a prosperidade
Sexta - Pv 24.30 A preguiça gera displicência
Sábado - Pv 30.25 Poupar também é prosperar

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 3.9,10; 22.13; 24.30-34

3:9 Honra ao SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda;
10 e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
22:13 Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
24:30 Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;
31 e eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada.
32 O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.
33 Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado,
34 assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.


INTERAÇÃO
O trabalho é um dom de Deus para a humanidade. Ele eleva a dignidade do homem e a da mulher. Esta, no entanto, conquistou um papel de destaque no mercado profissional. Não se pode ignorar o advento da mulher no mercado de trabalho como elemento revolucionário para o modelo tradicional da família. Hoje, na maioria dos casos, mesmo que a mulher opte por não mais trabalhar fora, o homem não consegue prover a família com o próprio salário. O custo de vida é caro, o salário é pequeno, fazendo com que até os aposentados retornem ao mercado formal do trabalho. O fato é que para prosperarem na vida, tanto o homem quanto a mulher devem trabalhar, trabalhar... É através do trabalho que prosperamos.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Compreender as quatro metáforas da lição (do celeiro e do lagar, da formiga, do leão e do espinheiro)
* Reconhecer a importância e o valor do trabalho.
* Saber que a prosperidade é fruto da bênção de Deus, mas de muito trabalho também.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, reproduza o esquema abaixo na lousa ou tire cópias. Ao concluir a lição de hoje faça uma síntese das metáforas estudadas usando o auxílio do respectivo esquema. Em seguida, afirme à classe que essas metáforas são símbolos linguísticos empregados pela Bíblia para demonstrar a importância e o valor do trabalho na vida do ser humano.

ESBOÇO DO LIVRO DOS PROVÉRBIOS
METÁFORA Do celeiro e do lagar
SIGNIFICADO vida abundante em Deus

METÁFORA  A formiga
SIGNIFICADO O compromisso intenso com o trabalho e acapacidade de se poupar o que ganhou

METÁFORAD O leão
SIGNIFICADO A concepção equivocada acerca do trabalho.

METÁFORA Dos espinheiros
SIGNIFICADO Ociosidade na vida. A capacidade de não se apresentar qualquer disposição para o trabalho


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores, aprendemos que um provérbio bíblico utiliza a linguagem metafórica para expressar o seu real significado. De fato a palavra hebraica machal ? traduzida em nossas Bíblias como provérbio ?, possui um leque de significados: parábola, comparação, alegoria,  fábula, provérbio, dito enigmático, símbolo, argumentação ou apologia. Tais recursos linguísticos permeiam todo o livro dos Provérbios.
Na lição de hoje, veremos algumas das metáforas usadas pelos sábios para tratar da natureza do trabalho e sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição necessária à expressão humana. Ao observarmos o campo, a imagem de um animal ou mesmo a atividade dos insetos, aprenderemos acerca da grandeza do trabalho. Era dessa forma que os sábios da antiguidade ensinavam, pois quando se entende tais metáforas, compreende-se melhor a natureza do trabalho.

I. A METÁFORA DO CELEIRO E DO LAGAR (Pv 3.9,10)

1. A dádiva que faz prosperar. Em Provérbios 3.9,10, está escrito que devemos honrar ao Senhor com nossas posses e com o melhor de nossa renda. Tal atitude, segundo o sábio, fará com que os nossos "celeiros" se encham abundantemente e que trasbordem de mosto os nossos "lagares". O celeiro e o lagar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante! O celeiro, tradução do hebraico asam, é o lugar onde se deposita a produção de grãos. Quando transbordava era sinal de casa farta! Vemos isso nas bênçãos decorrentes da obediência (Dt 28.8). Mas o conselho do sábio mostra que isso só é possível quando há generosidade em fazermos a vontade de Deus.
2. A bênção que enriquece. No mesmo texto, Salomão fala dos bens e da renda adquiridos como fruto do trabalho. Mas a verdadeira prosperidade não vem apenas de nosso esforço, mas principalmente do resultado direto da bênção do Senhor. É exatamente isso o que diz o sábio em Provérbios 10.22.
O celeiro e o lagar somente se encherão e trasbordarão quando a bênção de Deus estiver neles. É a bênção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz. A prosperidade integral só é possível com a presença de Deus em nossa vida.
SINOPSE DO TÓPICO (1) O celeiro e o lagar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante.

II. A METÁFORA DA FORMIGA (Pv 6.6-11)
1. As formigas sabem poupar. Na metáfora da formiga, o sábio nos exorta a tomarmos uma atitude prudente diante da realidade da vida: "Vai ter com a formiga". A palavra hebraica usada aqui é yalak, e possui o sentido de "mover-se", tomar uma atitude na vida (Pv 6.6)! Até os insetos podem nos dar lições sobre o trabalho! Mas não é apenas isso que aprendemos com as formigas. Ainda em Provérbios, o sábio Agur invoca o exemplo desses pequenos insetos (Pv 30.25). As formigas possuem uma noção sofisticada de trabalho ? "no verão [elas] preparam a sua comida". Isto é, as formigas sabem poupar! Elas não apenas trabalham, mas também poupam. O cristão deve aprender igualmente a poupar recursos para eventualidades futuras.
2. As formigas sabem ser autônomas. O texto de Provérbios diz que a formiga, mesmo "não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento" (Pv 6.7,8).
As formigas também são responsáveis e trabalham sem serem vigiadas. O erudito Derek Kidner observa o contraste entre elas e o preguiçoso, quando informa que a formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo. A formiga discerne os tempos, o preguiçoso não!
SINOPSE DO TÓPICO (2) Na metáfora da formiga o sábio nos exorta a tomarmos uma atitude prudente diante da realidade da vida: trabalhar.

III. A METÁFORA DO LEÃO (Pv 22.13; 26.13)
1. Conhecendo o leão. A metáfora do leão se encontra em duas passagens do livro de Provérbios (22.13 e 26.13). Há uma pequena variante nesses provérbios, mas o sentido é o mesmo ? o preguiçoso sempre arranja uma desculpa para fugir do trabalho! Ora o leão está "lá fora", ora está "no caminho" e ora está "nas ruas!". O leão é o mais forte dos animais, e a sua presença causa medo. O fato de o preguiçoso ver o trabalho como um leão significa que ele o encara como uma realidade difícil de ser enfrentada. Tem medo do trabalho, assim como tem medo do leão! É desnecessário dizer que essa é uma visão completamente equivocada do labor.
2. Matando o leão. Há alguns provérbios populares que expressam um sentido semelhante aos provérbios estudados acima. Por exemplo: "a vida é dura para quem é mole"; "matando um leão por dia". Tais ditos populares revelam que a vida pode ser difícil, dura, mas tem de ser enfrentada.
Não adianta ficar com medo do leão! O pastor Matthew Henry observa que esse "leão" é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia. Se há um leão lá fora, é o leão do qual falou o apóstolo Pedro, e ele está rugindo em busca de quem possa devorar (1 Pe 5.8). O preguiçoso será a sua principal presa!
SINOPSE DO TÓPICO (3) A metáfora do leão torna-se fruto da imaginação do homem, quando este busca um álibi para reforçar a sua inércia.

IV. O TRABALHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24.30-34)
1. Trabalho, prosperidade e espiritualidade! Já vimos que o trabalho possui também uma dimensão espiritual (Pv 3.9). Isso vai de encontro àquilo que pensa o senso comum acerca do trabalho. A ideia que ficou associada ao trabalho é a de que ele é algo meramente material e totalmente destituído de valor espiritual. Mas não é assim que pensa o sábio (Pv 24.30). Quando ele viu o campo do preguiçoso totalmente abandonado, cheio de espinheiros, a primeira sensação que teve foi de um "homem falto de entendimento".
É interessante observarmos que, no hebraico, essa expressão vem carregada de valores espirituais. A palavra hebraica usada para "entendimento" é leb, significando coração, entendimento e mente. A ideia é mostrar o que há no interior do homem ? a espiritualidade.  Andrew Bowling, especialista em hebraico bíblico, destaca que esse vocábulo é usado para indicar as funções imateriais da personalidade humana. Portanto, o trabalho é algo extremamente espiritual. Ninguém será menos crente porque trabalha, aliás, a verdade é justamente o contrário (Ef 4.28; 2 Ts 3.10)!
2. Trabalho, ócio e lazer! A análise do sábio sobre a inércia do preguiçoso, que favoreceu o nascimento de espinheiros dentro da plantação, é uma forma de ironizar o ócio dele (Pv 24.33,34). Não dá para prosperar mantendo-se de braços cruzados, e muito menos ficando eternamente em repouso! É preciso se mexer. Todavia, esse é apenas um aspecto da questão, pois quem trabalha precisa de descanso e também de lazer! Deus criou o princípio do descanso semanal (Gn 2.2). Precisamos, inclusive, de tempo livre para estarmos a sós com Deus e com a nossa família.
SINOPSE DO TÓPICO (4) Apesar de sua importância material, o trabalho é um assunto extremamente espiritual.

CONCLUSÃO
O trabalho dignifica o homem e é por isso que devemos levá-lo a sério. Trabalhando, alcançaremos a verdadeira e bíblica prosperidade. Essa recomendação é valida também para os obreiros, pois se não tiverem cuidado, acabarão por mergulhar numa inércia pecaminosa.
Não devemos, todavia, nos fazer escravos do trabalho. Devemos estar disponíveis também a cultuar a Deus, cuidar de nossa família e, com ela, recrear-nos. Enfim, se nos dedicarmos ao trabalho, conforme recomenda-nos a Bíblia, teremos uma vida digna e tranquila na presença de Deus.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"O Lazer e o Renascimento da Vida Sabática
Os teólogos cristãos há muito têm afirmado que para que a vida atinja seu potencial espiritual pleno, deve ser vivida de maneira dialética e rítmica. O lazer e o trabalho merecem quantidades proporcionadas de tempo e energia. Deste modo a alma pode ser nutrida na contemplação e o corpo ocupado no trabalho. O trabalho não é o inimigo. O inimigo é um estilo de vida que revolve-se exclusivamente em torno do trabalho. A inteireza na vida vem de reconhecer e experimentar a interação dos ritmos de trabalho, descanso, adoração e divertimento. Surge o reconhecimento da capacidade deles revitalizarem-se uns aos outros quando lhes é dado o devido lugar. Uma volta aos ritmos do sábado tem implicações refrescantes para indivíduos, famílias e a sociedade, embora integrá-los com os padrões de vida agitados e destrutivos de fins do século XX venha a testar a resolução até do mais devoto" (VOLF, Miroslav. Trabalho in PALMER, Michael D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed. RJ: CPAD, 2001, p.272).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"O que é Trabalho?
'Se ninguém me perguntasse, eu saberia; se quero explicar a quem me pergunta, não sei.' Era assim que Agostinho expressava sua dificuldade em definir 'tempo'. O mesmo parece verdade com 'trabalho'. Pensamos que sabemos o que é trabalho, mas, quando tentamos pôr em palavras o que pensamos que sabemos o que é trabalho, gaguejamos.
Começarei explicando o que é trabalho destacando algumas coisas. Primeiro, embora muito estrênuo, trabalho não é simplesmente labuta e fadiga, como alguns tendem a pensar, interpretando Gênesis 3 em parte incorretamente. Na verdade, muitos gozam do trabalho que fazem e os que fazem são os melhores trabalhadores. Não seria estranho dizer que os melhores trabalhadores não trabalham? Segundo, trabalho não é simplesmente emprego remunerado. Embora a maioria das pessoas nas sociedades industrializadas esteja empregada pela remuneração que percebem, muitos trabalham duro sem receber pagamento. Pegue, por exemplo, as donas de casa (raramente donos de casa) que gastam quase todas as horas em que estão acordadas mantendo uma casa em ordem e criando os filhos. Muitas delas com razão se ressentem quando as pessoas insinuam que não trabalham; isto é acrescentar um insulto ('você não trabalha') a uma injúria (elas não recebem pagamento).
Precisamos de uma definição abrangente de trabalho, uma que inclua o trabalho desfrutado e o trabalho sofrido, o trabalho remunerado e o trabalho voluntário. Uma definição muito simples de trabalho seria 'uma atividade que serve para satisfazer as necessidades humanas': Você prepara uma refeição para ter algo que comer; você digita manuscritos para receber um cheque. Em contraste, o propósito de jogar é jogar: Você joga futebol, porque gosta de jogar futebol; você lê um livro, porque gosta de ler livros. Claro que cozinhar pode ser seu passatempo, então você cozinha, porque você gosta de cozinhar, e encher estômagos vazios é, nesse caso, um benefício colateral. Semelhantemente, jogar futebol (se você é jogador profissional) ou ler livros (se você é aluno ou professor) pode ser seu trabalho; então você joga, porque precisa de dinheiro ou reconhecimento, e lê livros, porque precisa passar nos exames ou preparar uma conferência; a pura diversão de jogar ou ler é, então, uma coincidência feliz. Portanto, trabalhar é uma atividade instrumental: Não é feito para o seu próprio bem, mas para satisfazer necessidades humanas" (VOLF, Miroslav. Trabalho in PALMER, Michael D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.225-26).

VOCABULÁRIO
Alegoria: Modo de expressão ou interpretação que consiste em representar pensamentos, ideias, qualidades sob forma figurada.
Fábula: Narrativa curta, em prosa ou verso, com personagens animais que agem como seres humanos, e que ilustra um preceito moral.
Estrênuo: Que é valente ou que age com valentia; destemido, corajoso.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56, p.37.

EXERCÍCIOS
1. O que representam as metáforas do lagar e do celeiro?
R. Representa uma vida abundante

2. Qual a exortação do sábio na metáfora da formiga?
R. Termos uma atitude prudente diante da realidade da vida.

3. Segundo o erudito Derek Kidner, qual o contraste entre as formigas e o preguiçoso?
R.  A formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo.

4. Segundo Matthew Henry, por que não devemos temer "o leão do trabalho"?
R .Esse "leão" é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia.

5. De acordo com a conclusão da lição, elabore uma frase ressaltando a visão bíblica e equilibrada entre o trabalho, Deus, a família e o lazer.
R. Resposta Pessoal

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Lição 2 - Advertências Contra o Adultério



13 de Outubro de 2013
Advertências Contra o Adultério

TEXTO ÁUREO
"Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço. [...] Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade"  (Pv 5.15,18).

VERDADE PRÁTICA
A melhor prevenção contra o adultério é temer ao Senhor e estreitar os laços do amor conjugal.

HINOS SUGERIDOS 75, 386, 388

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 5.3,4 A ilusão do adultério
Terça - Pv 5.7,8 Prevenção contra o adultério
Quarta - Pv 5.9-12 As consequências do adultério
Quinta - Pv 7.13 A falsa delicadeza da adúltera
Sexta - Pv 5.1; 6.20; 7.1 O conselho previne o adultério
Sábado - Pv 5.15-19 A saudável intimidade do casal

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 5.1-6
1 Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha razão inclina o teu ouvido;
2 para que conserves os meus avisos, e os teus lábios guardem o conhecimento.
3 Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite;
4 mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios.
5 Os seus pés descem à morte; os seus passos firmam-se no inferno.
6 Ela não pondera a vereda da vida; as suas carreiras são variáveis, e não as conhece.

INTERAÇÃO
O livro dos Provérbios, talvez, seja o principal dos livros bíblicos a falar sobre o adultério, os seus caminhos e suas artimanhas destruidoras. O sábio não economiza palavras e ironias ao denunciar a pessoa que adere essa prática como um estilo de vida: ela não passa de um jovem displicente (Pv 7). Displicência, imaturidade e fraqueza são palavras que denotam o perfil do homem que, inexplicavelmente, deixa a casa da sua esposa a fim de unir-se com uma estranha. Esta não é a mãe dos seus filhos, a mulher que, juntamente com ele, conquistou tudo o que tem. Não! A estranha é a mulher que deseja tirar tudo o quanto ele construiu: a sua família e a sua vida.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Conhecer os conselhos do sábio sobre a sexualidade humana.
* Identificar as causas da infidelidade conjugal e suas consequências.
* Previnir-se da infidelidade conjugal.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, é importante relembrar as características literárias apresentadas no livro dos Provérbios. Por isso, para introduzir a aula desta semana sugerimos que você utilize o quadro de Orientação Pedagógica da lição anterior. Em seguida, utilize o esquema abaixo (reproduza-o de acordo com as suas possibilidades). A partir dele, a classe conhecerá o esboço temário de Provérbios. O objetivo é fazer com que os alunos apreciem o panorama do livro, facilitando assim, a assimilação do assunto da aula de hoje.

ESBOÇO DO LIVRO DOS PROVÉRBIOS
I. Prólogo: Propósito e Temas de Provérbios (1.1-7)

II. Treze Discursos à Juventude sobre a sabedoria (1.8-9.18)
A) Obedece a Teus Pais e Segue Seus Conselhos (1.8,9)
B) Recuse Todas as Tentações dos Incrédulos (1.10-19)
C) Submeta-se à Sabedoria e ao Temor do Senhor (1.20-33)
D) Busque a sabedoria e Seu Discernimento e Virtude (2.1-22)
E) Características e Benefícios da Verdadeira Sabedoria (3.1-35)
F) A Sabedoria Como Tesouro da Família (4.1-13,20-27)
G) A Sabedoria e os Dois Caminhos da Vida (4.14-19)
H) A Tentação e Loucura da Impureza Sexual (5.1-14)
I) Exortação à Fidelidade Conjugal (5.15-23)
J) Evite Ser Fiador, Preguiçoso e Enganador (6.1-19)
K) A Loucura Inominável da Impureza Sexual a Qualquer Pretexto (6.20-7.27)
L) O Convite da Sabedoria (8.1-36)
M) Contraste entre a Sabedoria e a Insensatez (9.1-18)

III. A Compilação Principal dos Provérbios de Salomão (10.1-22.16)
A) Provérbios Contrastantes sobre o Justo e o Ímpio (10.1-15.33)
B) Provérbios de Incentivo à Vida de Retidão (16.1-22.16)

IV. Outros Provérbios dos Sábios (22.17-24.34)

V. Provérbios de Salomão Registrados pelos homens de Ezequias (25.1-29.27)
A) Provérbios sobre Vários Tipos de Pessoas (25.1-26.28)
B) Provérbios sobre Vários Tipos de Procedimentos (27.1-29.27)
VI. Palavras Finais de Sabedoria (30.1-31.31)
A) De Agur (30.1-33)
B) De Lemuel (31.1-9)
C) Acerca da Esposa sábia (31.10-31)
Texto extraído da “Bíblia de Estudo Pentecostal”, editada pela CPAD.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O advento das mídias eletrônicas, e de forma mais específica as redes sociais, facilitou muito para a possibilidade de alguém vir a ter um "caso" extraconjugal. As estatísticas demonstram essa triste realidade. A cada dia, cresce o número de lares desfeitos e, juntamente com este fenômeno, as consequências nefastas para a sociedade. E as igrejas? Estas também têm sofrido o efeito de tais males.
Apesar de a infidelidade conjugal ser uma prática pecaminosa antiga, é preciso entender que a sexualidade é algo intrínseco ao ser humano. Logo, o desejo por satisfação sexual acompanha tanto o homem como a mulher desde sempre. O problema está na forma de expressão do desejo e em como é satisfeito. Segundo o entendimento mundano, não há regras para o homem e a mulher viverem a sua sexualidade. No entanto, as Escrituras demarcam um limite bem preciso: o casamento legitimamente instituído por Deus. Aqui, encontraremos os conselhos da sabedoria bíblica para orientar-nos contra as ilusões e as artimanhas do adultério.

I. CONSELHOS SOBRE A SEXUALIDADE HUMANA
1. Uma dádiva divina. Boa parte dos conselhos de Salomão diz respeito à sexualidade humana. Ele dedicou quase três capítulos do livro de Provérbios para falar sobre o sexo e seus desvios (Pv 5.1-23; 6.20-35; 7.1-27). Nesses provérbios, há dezenas de máximas que nos ensinam muito sobre como estabelecer o parâmetro de um relacionamento saudável.
Quando ainda discorria sobre os perigos da infidelidade conjugal, o sábio advertiu: "Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele aplana todas as suas carreiras" (Pv 5.21). Isto é, Deus considera os caminhos do homem e a forma deste conduzir até mesmo a sua sexualidade, pois se trata de uma criação divina e como tal é uma dádiva do Criador à humanidade. Se o Senhor "aplana todas as nossas carreiras", demonstrando cuidado pelo exercício correto da sexualidade, concluímos não ser o sexo algo mau ou maligno, mas algo honroso e nobre (Hb 13.4; 1 Pe 3.7).
2. Uma predisposição humana. Ao iniciar a sua coletânea de conselhos sobre como evitar os laços do adultério, Salomão chama a atenção do seu "filho" para que ouças os seus conselhos e aja em conformidade com estes (Pv 5.1,2). O texto hebraico de Provérbios, nesse versículo, apresenta a palavra ben traduzida em nossas Bíblias como "filho". O mesmo termo ocorre também nas advertências contra o adultério em Provérbios 6.20 e 7.1. A palavra ben pode se referir tanto a um filho biológico quanto a um discípulo. Em todos os casos, a admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à tentação! Portanto, a fim de vivermos o gozo da nossa sexualidade nos parâmetros estabelecidos pelo Criador, que é o casamento, ouçamos o conselho do sábio. O sexo, portanto, foi criado por Deus para ser praticado entre um homem e uma mulher, mas somente no casamento. Antes do casamento e fora do casamento é pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (1) A sexualidade humana é uma dádiva de Deus ao ser humano. Ela se manifesta na predisposição do indivíduo em vivê-la no parâmetro do casamento.

II. AS CAUSAS DA INFIDELIDADE
1. Concupiscência. Um fato interessante salta aos olhos de quem lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios: não há referência ao Diabo em suas advertências! O sábio não responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza aquele a quem chama de "filho meu". Somos agentes morais livres e temos a liberdade de escolher entre o bem ou o mal. Desejos bons e ruins são inerentes ao ser humano. Não os subestimemos!  Por isso, o sábio aconselha: "Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos" (Pv 6.25; cf. Gl 5.16).
2. Carências. Em Provérbios 5.15-17, o sábio lança mão de algumas metáforas para aconselhar como deve ser a vida íntima do casal. A frase "bebe a água da tua própria cisterna" mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1 Co 7.3), mas como algo prazeroso, assim como o é beber água! Se esse princípio não for observado, um dos cônjuges ficará com a sensação de que lhe falta alguma coisa! Desgraçadamente, muitos vão saciar-se noutra fonte (Pv 7.18), daí o desastre em muitas famílias.
SINOPSE DO TÓPICO (2) A concupiscência e as carências não supridas na vida do ser humano são algumas das muitas causas da infidelidade conjugal.

III. AS CONSEQUÊNCIAS DA INFIDELIDADE
1. Perda da comunhão familiar. Uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal é a desonra da família. O sábio avisa que o "seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios" (Pv 5.4). Esse fim amargo respingará nas famílias envolvidas (Pv 6.33). O sentimento de vingança estará presente na consciência do cônjuge traído (Pv 6.34). Se pensássemos na mancha que a infidelidade conjugal produz teríamos mais cuidado quando lidássemos com o sexo oposto. A pergunta inevitável é: "Deus perdoa quem cometeu tal ato?" Não há dúvida que perdoa. Mas apesar do perdão divino, as consequências ficam (Pv 5.9-14).
2. Perda da comunhão com Deus. É trágico quando alguém perde a comunhão familiar por conta de um relacionamento extraconjugal. Todavia, mais trágico ainda é perder a comunhão com Deus. Salomão sabia desse fato e por isso advertiu: "Mas não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno" (Pv 9.18). A palavra hebraica usada aqui para inferno é sheol, e esta designa o mundo dos mortos. De fato a expressão "ali estão os mortos", no hebraico, significa: espíritos dos mortos ou região das sombras. O Novo Testamento alerta que os adúlteros ficarão de fora do Reino de Deus (1 Co 6.10). O que tudo isso quer dizer? Que essa é a consequência de quem cometeu esse pecado, mas não se arrependeu! Por isso, não flerte com a (o) adúltera (o). Seu caminho pode até parecer prazeroso, mas inevitavelmente o levará à morte (Pv 9.17,18).
SINOPSE DO TÓPICO (3) Além de perder a comunhão da família, o cônjuge adúltero quebra a sua comunhão com Deus.

IV. CONSELHOS DE COMO SE PREVENIR CONTRA A INFIDELIDADE
1. Sexo com intimidade. A intimidade sexual (ou a falta dela) é um dos fatores que influenciam a vida conjugal. Há casais na igreja que tem relações sexuais com relativa frequência, mas sem intimidade! Há sexo na relação, mas não há amor nem intimidade! Observe o conselho de Salomão: "Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo;  e pelo seu amor sê atraído perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela estranha e abraçarias o seio da estrangeira?" (Pv 5.18-20).
Há maridos que não demonstram o mínimo afeto à esposa e o oposto também é verdadeiro. Mas Deus criou o sexo para ser desfrutado com afeto, amor e intimidade. Do contrário, o relacionamento sexual não atenderá aos propósitos divinos e nem às expectativas do cônjuge.
2. Apego à Palavra de Deus e à disciplina. Como antídoto e forma de prevenção contra a infidelidade, Salomão aconselha o apego à Palavra de Deus e à disciplina. Para não cairmos na cilada da infidelidade conjugal, devemos guardar a instrução do Senhor, guardando-a em nosso coração. A Palavra do Senhor é luz que ilumina a nossa vida (Pv 6.20-24). O homem e a mulher só estarão livres do perigo da infidelidade conjugal quando a Palavra estiver impregnada em suas mentes e corações. Para isto, o crente deve meditar nela dia e noite. Por isso, seja disciplinado.
SINOPSE DO TÓPICO (4) Um conselho importante para prevenir-se contra a infidelidade conjugal é apegar-se a Palavra de Deus, à disciplina e relacionar-se intimamente com o cônjuge.

CONCLUSÃO
A fidelidade conjugal é o que Deus idealizou aos seus filhos. Sabemos que a tentação é uma realidade, que vem acompanhada da natureza adâmica que herdamos, e ambas pressionam-nos a desprezar o santo  ideal da fidelidade. Todavia, o Senhor deixou-nos a sua Palavra com dezenas de conselhos, a fim de prevenir-nos quanto ao abismo chamado adultério.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Vida Cristã
"Sexo promove comunhão
A Bíblia afirma que ser dois é melhor do que ser um, e que onde estiverem dois ou três reunidos, Deus ali estaria (Ec 4.9-12; Mt 18.20). E em 1 Pedro lemos que quando um casal precisa coabitar (verbo que significa relacionar-se sexualmente) com entendimento para que as suas orações sejam respondidas. Ora, isto significa que sexo tem a ver com vida espiritual, e que o casal, sendo dois, têm a possibilidade de serem mais fortes quando unidos, além da promessa da presença de Deus com eles no cotidiano da vida e na oração conjunta.
Não tenho medo de afirmar que muitos casais estão com problemas pessoais, financeiros, profissionais, de saúde, e até ministeriais, porque não estão se entendendo na vida sexual. Por mais que orem suas orações estão impedidas [...]. Outros há que até se acertam na cama, mas vivem às turras e perdem a bênção de Deus pois se magoam mutuamente. Sem falar em casais que não oram juntos, que não fazem cultos domésticos, e que não dividem o sacerdócio do lar. Estes perdem a chance de serem dois, e de vivenciarem uma vida conjugal, profissional, financeira, familiar, ministerial e sexual prazerosa e sadia" (CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.241).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Vida Cristã
"FUGIRÁS DA TENTAÇÃO - ON LINE E DE OUTRAS FORMAS

CORRA DA TENTAÇÃO
O Antigo Testamento não é o único que trata do assunto 'fugir da tentação sexual'. Em sua primeira carta aos coríntios, Paulo chama nossos corpos de templos do Espírito Santo. Qualquer outro pecado, ele diz, cometemos contra Deus, mas a imoralidade sexual é um pecado tanto contra Deus quanto contra nossos próprios corpos. O povo de Corinto conhecia bem a imoralidade sexual; muitos juntavam-se a ela em vez de fugir dela. Mas Paulo os instruiu a fugir (1 Co 16.18).
O apóstolo repetiu essa ordem ao jovem pastor chamado Timóteo. Como a maioria dos jovens, Timóteo lutava com os desejos. Então Paulo instruiu a seu jovem amigo a 'fugir das paixões da mocidade' (2 Tm 2.22). Essa instrução reporta-se não apenas a maridos e esposas, mas também àqueles que estão para se casar. A Bíblia ensina que nossos corpos são presentes reservados para nossos futuros cônjuges. Que presente de casamento maravilhoso para se trazer ao seu próprio casamento!
A Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, nunca nos encoraja a tentar enfrentar a tentação sexual. Mas insiste em que saiamos completamente do caminho dela.

TRATE A TENTAÇÃO SEXUAL COMO UMA DOENÇA MORTAL
Imagine que você tenha ouvido a respeito de um surto de uma doença mortal em uma área remota. Apenas profissionais médicos treinados ousaram viajar até a área onde houve o surto, e você ficou sabendo que se contrair a doença provavelmente morrerá. Você também sabe que apenas aqueles que viajam para o local da epidemia estão vulneráveis à doença.
Seria um ato de bravura ou de plena estupidez viajar até a área afetada apenas para provar quão 'resistente' à bactéria mortal você é? Nenhuma pessoa em sã consciência se poria em tamanho perigo sem uma boa razão. Mas é exatamente isso que muitos cristãos fazem em relação à tentação sexual. Antes e depois do casamento, dedicam-se a ela, flertam com ela e entretêm-se com ela - acreditando que no último instante serão capazes de pisar nos freios e evitar a colisão.
Isso não funciona desse jeito. Deus nos conhece. Ele nos criou, então sabe o quanto a tentação sexual pode arrastar seus filhos. É por isso que Ele nos instrui a fugir. Se tratássemos a tentação sexual como uma doença mortal e altamente contagiosa, entenderíamos melhor e obedeceríamos à admoestação da Bíblia a fugir" (YOUNG, ED. Os Dez Mandamentos do Casamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, pp.123-24)


VOCABULÁRIO
Nefasta: Nociva, danosa, prejudicial.
Coletânea: Conjunto de várias obras ou coisas.
Flerte: Relação amorosa mais ou menos casta, leve e inconsequente, geralmente, destituída de sentimentos profundos.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
MILLER, Molly Ann. Meu Marido Tem Um Segredo: Encontrando a Libertação para o Vício Sexual. 1.ed. Rio de Janeiro, 2010.
PARROT, Leslie. A Batalha Pela Sua Mente: Entendendo a Personalidade Santificada. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56, p.37.

EXERCÍCIOS
1. A quem é dirigida a admoestação contra o adultério no livro de Provérbios?
R. A admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à tentação.

2. Qual fato interessante salta aos olhos de quem lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios?
R.  Que não há referência ao Diabo em suas advertências contra a mulher adúltera. O sábio não responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza aquele a quem chama de "filho meu".

3. O que a frase "bebe a água da tua própria cisterna" mostra?
R. Ela mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1 Co 7.3), mas como algo prazeroso, assim como o é beber água!

4. Qual é uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal?
R. A desonra da família.

5. Com suas próprias palavras, liste outras consequências igualmente destruidoras para a família vítima da infidelidade conjugal.
R. Resposta pessoal.