quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

VOCÊ É UM CRENTE MANIPULADO POR ANIMADORES DE AUDITÓRIO?

Ciro Sanches Zibordi

Na pregação hodierna — cada vez mais interativa e pouco expositiva —, o comportamento dos pregadores e a reação do público se parecem muito com o teatro de bonecos. O manipulador, nessa modalidade teatral, é aquele que dá vida e expressão aos bonecos nos seus mais variados formatos. Nos grandes congressos evangélicos, a diferença é que o manipulador é chamado de pregador, e o objeto de sua manipulação são multidões incautas.

Conheçamos alguns tipos de crentes que se deixam manipular:

CRENTE MARIONETE. Marionetes são os mais elaborados bonecos entre os vários tipos usados no teatro. Geralmente, são construídos com madeira, com articulações nos pulsos, cotovelos, ombros, cintura, quadris, joelhos e, ocasionalmente, pescoço e tornozelos. Uma marionete padrão é movimentada através de uma série de nove fios que obedece à seguinte distribuição: um para cada braço, um para cada perna, dois para a cabeça, um para cada ombro e um para as costas. Os fios de sustentação da marionete são ligados a um controle central de madeira em forma de cruz que é movimentado por uma única mão do manipulador.

Os pregadores manipuladores também têm os seus “fios”, isto é, os seus clichês, as suas frases de efeito, para mecanizar o culto e manipular o povo, afastando-o da Palavra de Deus e do Deus da Palavra: “Quem nasceu para vencer levante a mão”, “Aperte a mão do seu irmão até que ele diga ‘aleluia’”, “Tire o pé do chããão”, etc. Mas veja que curioso! Na manipulação de marionetes há uma cruz na mão do manipulador! E, na pregação moderna, não existe mais cruz! Além disso, o pregador não está mais na mão do Senhor, o Controlador de todas as coisas!

CRENTE FANTOCHE. A montagem do fantoche é feita numa luva, calçada na mão do manipulador, que dá movimento ao boneco. Ele tem tamanho e gestos limitados às dimensões e possibilidades gestuais do operador. A sua construção é relativamente simples: cabeça e mãos são feitas geralmente de material resistente, como madeira, unidas entre si por uma roupa folgada de tecido aberta atrás, por onde é introduzida a mão do manipulador.

Pregadores manipuladores costumam ter facilidade para enganar crentes fantoches, que costumam ser “cabeça dura”, por não frequentarem a Escola Bíblica Dominical e os cultos ensino da Palavra, além de fazerem “corpo mole” para a obra de Deus. Esses crentes não têm firmeza e vivem atrás de movimentos. Quando ficam diante de um manipulador, comportam-se como se estivessem hipnotizados e obedecem a todas as suas ordens...

Certos milagreiros, à semelhança dos manipuladores de fantoches, que introduzem a mão no interior do boneco, têm conseguido tocar na alma de crentes desavisados, fazendo-os ter sentimentos nunca antes experimentados! Alguns, ao ouvirem esses “pregadores”, caem ao chão anestesiados, riem sem parar, rugem, latem, unem as mãos e não conseguem mais separá-las, etc. E assim caminha o teatro, ops!, o culto “evangélico”, sem pregação expositiva da Palavra de Deus e muita hipnose, considerada hoje uma grande manifestação do Espírito!

CRENTE MAMULENGO. Mamulengo é uma corruptela de “mão molenga” e alude a um tipo de boneco comum nos teatros do Nordeste do Brasil. O manipulador — ou mamulengueiro — emprega um tom bastante crítico nos diálogos e improvisa bastante, ao fazer piadas de humor pesado, que ridicularizam fatos ou pessoas da comunidade.

Não é difícil de identificar os mamulengueiros e os mamulengos no meio “evangélico”. Ambos, ignorando o evangelho cristocêntrico, valorizam as pregações e as canções revanchistas, ridicularizadoras, zombeteiras, pelas quais se tripudia dos inimigos, que não são as hostes do mal, o mundo ou a carne. Os seus inimigos são os seus vizinhos, patrões, colegas de trabalho e irmãos que os viram na prova e os não ajudaram, e agora são hostilizados “entre a plateia” por aqueles que estão no palco...

CRENTE JÔRURI. Comum nos teatros de bonecos do Japão, o jôruri adquiriu grande requinte a partir do século XVIII, com movimento de olhos e articulação dos dedos. Mas a sua movimentação não é fácil. São necessários três manipuladores: o mestre, vestido com traje cerimonial, responsável pela cabeça e o braço direito, e dois manipuladores assistentes, vestidos de preto e com um capuz cobrindo o rosto.

O crente jôruri geralmente é classe média alta e catedrático. Não é fácil manipulá-lo. Clichês de autoajuda como “Ouse sonhar” não funcionam com ele. Ele é muito racional e submete tudo ao teste da lógica. Para convencê-lo, é preciso um manipulador-mestre — capaz de mexer com a sua cabeça e com a sua mão direita, induzindo-o a colocá-la no bolso!

Um dos mais famosos manipuladores de crente jôruri da atualidade tem nome e sobrenome estrangeiros e é conhecido como o homem mais sábio do mundo. Não há rico e intelectual que resista aos seus argumentos! Dizem que ele, quando usa a “sua sabedoria” e conta com a ajuda de seus assessores (bispos e apóstolos brasileiros), consegue arrecadar dinheiro até para comprar jatinhos!

Fazer o quê? Na falta de exposição da Palavra de Deus, sobram as representações teatrais. E aumenta cada vez mais o número de manipuladores e manipulados nesse grande circo, ops!, grande teatro que se tornou o culto “evangélico” nesses tempos pós-modernos.



Ciro Sanches Zibordi

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

domingo espetacular Veja o drama de quem vive abaixo da linha da miséria...





A paz do Senhor meus queridos irmãos e irmãs, amigos e amigas do Face. Na Matola hoje amanhecemos as 5 horas da manhã em nosso propósito de oração, pois esta é a nossa semana que Santa Ceia, em meio as provas e lutas, Deus tem nos sustentado e nos dado muitas vitórias. Quero avisar a todos que dia 04 de março estaremos viajando para Chókwe numa pequena caravana de nossa igreja... Estaremos levando comida e remédios e pretendemos fazer um culto ao Senhor naquele lugar tão castigado pela chuva, fome, abandono e doenças. Pedimos que todos aqueles que desejarem enviar sua ajuda poderão faze-lo pela conta do Projeto,

Banco Bradesco Ag. 2036 
Conta Poupança 1004740-4
 
Pedimos que orem por nós e que também vejam esta reportagem e orem por Moçambique. Que Deus abençoe todos os que te abençoam África!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lição 9 - Elias no Monte da Transfiguração



3 de Março de 2013

Elias no Monte da Transfiguração

TEXTO ÁUREO
"E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele"  (Mt 17.2,3).

VERDADE PRÁTICA
O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.

HINOS SUGERIDOS 299, 304, 352

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 17.3 O Messias e a tipologia
Terça - Mt 17.10 O Messias e a escatologia
Quarta - Mt 17.12 O Messias rejeitado
Quinta - Lc 9.35 O Messias esperado
Sexta - Mc 9.12 O Messias humilhado
Sábado - Lc 9.29 O Messias exaltado

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 17.1-8

1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu 
em particular a um alto monte.
2 E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se 
tornaram brancas como a luz.
3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos 
aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias.
5 E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz 
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o.
6 E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo.
7 E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo.
8 E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus.


INTERAÇÃO
Caro professor, nesta lição estudaremos a respeito do profeta Elias no monte da Transfiguração. Este acontecimento teve como objetivo principal demonstrar que Jesus de fato era o Messias esperado. Moisés também apareceu neste episódio. Sabemos que ele tipificava a lei e Elias prefigurava os profetas que predisseram a vinda do Messias. No decorrer da lição, procure enfatizar que embora Moisés e Elias tivessem grande relevância na história do povo hebreu, eles não possuíam glória própria. Ainda que fossem homens fiéis ao Senhor, eram humanos, sujeitos a falhas e erros, porém, eles irradiavam a glória proveniente do Cristo. Que possamos, como Filhos de Deus, regenerados em Jesus Cristo, irradiar também a glória do Profeta de Nazaré.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Descrever o episódio da transfiguração de Jesus.
* Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias.
* Conscientizar-se de que Jesus era o Messias esperado.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introdução da lição escreva a seguinte indagação no quadro de  giz: "O que foi a transfiguração?" Ouça os alunos com atenção, faça as considerações que achar necessárias. Conclua explicando que a transfiguração foi na verdade uma rápida demonstração da glória de Jesus Cristo, o Rei dos reis. A divindade de Jesus foi revelada no monte da Transfiguração. Os discípulos que ali estavam puderam ver o Verbo que se fez carne. Ele é Deus. Infelizmente, na atualidade, muitos não creem mais na divindade de Jesus, por isso, enfatize que Jesus foi cem por cento homem e cem por cento Deus. Sua glória foi manifestada em plena humanidade!

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias. Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, o profeta não aparece aqui como a figura central, mas secundária!  O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré, Jesus. E não mais Elias. Moisés, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto, aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura principal.

I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1. Transfiguração. O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi transfigurado diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto sagrado: "o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz" (Mt 17.2).A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do Messias, o Filho de Deus.
2. Glória divina. Mateus detalha que durante a transfiguração "uma nuvem luminosa os cobriu" (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração  (Mt 17.1,2).
SINÓPSE DO TÓPICO (1) A transfiguração provou para os discípulos e para nós aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado.

II. ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO 
1. Tipologia. No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus: "Escutai-o" (Mt 17.5). E Moisés havia dito exatamente estas palavras quando se referia ao Profeta que viria depois dele: "O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis" (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele.
2. Escatologia. Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias. O Novo Testamento aplica a João Batista o cumprimento dessa Escritura: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3. 1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) No evento da transfiguração, Moisés prefigurava a Lei e Elias os profetas.

III. ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1. O Messias esperado. Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque faltava um sinal que para eles era determinante - o aparecimento de Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10).  Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não havia vindo? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias havia sido um profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição,  João prega na transição entre as duas alianças; Elias confrontou reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma forma (Mt 14.1-4). Mais uma vez fica claro: João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.
2. O Messias rejeitado. O texto de Mateus 17.1-8, que narra o episódio da transfiguração, inicia-se com a sentença: "Seis dias depois" (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma sequência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que "seis dias" é uma outra forma de dizer: "uma semana depois". De fato, o texto paralelo de Lucas fala de "quase oito dias", isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O texto, portanto, põe o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.
SINÓPSE DO TÓPICO (3) João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.

IV. ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1. Humilhação. Os intérpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia referente a Elias falava de "restaurar todas as coisas" (Mt 17.11) e os discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11).
2. Exaltação. Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da veracidade da mensagem da cruz: "Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido" (2 Pe 1.16,17).
SINÓPSE DO TÓPICO (4) Jesus deixou claro que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas.

CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus - o Cristo Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fl 2.10,11).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsidio Teológico
"Embora a Transfiguração fosse sem dúvida uma maravilhosa revelação da natureza essencial de Jesus, no contexto ela era também uma poderosa manifestação da natureza do reino que o nosso Senhor pretendia estabelecer com a sua morte.
[...] A chave para entendermos o pretenso significado da transfiguração é encontrada em Marcos 9.2, na frase 'seis dias depois'. O que havia acontecido antes dos seis dias?  Jesus havia falado sobre a sua cruz e depois a glória, e feito uma promessa específica: 'Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder' (Mc 9.1).
Não é costume de Marcos indicar um preciso relacionamento entre os eventos. A frase 'seis dias depois' faz íntima ligação entre a transfiguração e a profecia de Cristo sobre a sua morte e ressurreição - e a promessa que fez aos discípulos de que alguns veriam 'o Reino de Deus com poder'" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 115).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsidio Teológico
Embora a transfiguração fornecesse uma confirmação visível da divindade de Cristo, os discípulos, perante os quais Ele havia exibido sua glória, já o havia reconhecido através dos olhos da fé (Mc 8.29). Porém não haviam reconhecido a natureza do seu reino: não entendiam a implicação de tomar a cruz e seguir a Jesus a fim de receberem uma nova vida.
Então Jesus transfigurou-se diante deles e, nessa transformação, eles viram 'o Reino de Deus com poder' (Mc 9.1). Eles viram Aquele que apareceu em sua encarnação como um homem comum, brilhar de repente com um extraordinário esplendor. O que eles viram era uma verdadeira transfiguração - uma transformação revolucionária do estado de um ser para outro. Um estado de ser que indiscutivelmente exibia a glória e o poder de Deus. É isso que a transfiguração redefine o reino para seus discípulos. Quando, depois da morte e ressurreição de Cristo o reino de Deus vier 'com poder', a característica marcante desse reino não será exércitos de anjos marchando para esmagar o poder de Roma. O reino de Deus vem com poder a fim de mudar os seres humanos comuns em seres que escolheram seguir a Jesus. O reino, pelo menos até à volta de Jesus, consistirá em transformação, e não nas conquistas que eles desejavam" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 115).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as
nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 53, p.40.

EXERCÍCIOS
1. Explique os fenômenos da transfiguração descritos nos evangelhos.
R. A transfiguração, aponta claramente para a divindade de Jesus, mostrando que Ele era o Messias esperado
2.De que forma pode ser explicado as aparições de Moisés e Elias no evento da transfiguração?
R. Podemos entender que a presença de Moisés tem uma função tipológica, isto é, a sua missão apontava para Jesus Cristo, assim como a função de Elias estava relacionada à escatologia.
3. Como o fenômeno da transfiguração demonstra que Jesus era de fato o Messias esperado?  
R. Serviu para mostrar que João, o batista, era o Elias profetizado, e que, portanto, o seu aparecimento era uma prova incontestável de que Jesus era o Messias esperado.
4. Como D. A.Carson observa a profecia referente a Elias?
R. A exaltação do Messias revelado na transfiguração, conforme lembrou posteriormente o apóstolo Pedro (2 Pe 1.16-19), era uma prova inconteste da veracidade da mensagem da cruz.
5.Comente, com suas palavras, sobre a exaltação do Messias.
R. Resposta pessoal

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Lição 8 - O Legado de Elias



24 de Fevereiro de 2013

O Legado de Elias

TEXTO ÁUREO
"E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias"  (2 Rs 3.11).

VERDADE PRÁTICA
Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir.

HINOS SUGERIDOS 4, 33, 394

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Rs 19.16 A origem da chamada
Terça - 1 Rs 19.20 A exclusividade da chamada
Quarta - 1 Rs 19.21 O custo da chamada
Quinta - 2 Rs 2.14 A autoridade da chamada
Sexta - 2 Rs 3.13,14 Os inimigos da chamado
Sábado - 2 Rs 2.15 Os resultados da chamada

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 19.16,17,19-21

16 Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de 
Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.
17 E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada 
de Jeú, matá-lo-á Eliseu.
19 Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua capa 
sobre ele.
20 Então, deixou ele os bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta; porque que te tenho eu feito?
21 Voltou, pois, de atrás dele, e tomou uma junta de bois, e os matou, e, com os aparelhos dos 
bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se levantou, e seguiu a Elias, e o
servia.


INTERAÇÃO
A lição de hoje tem como objetivo refletir acerca do legado de Elias. Aprendemos com este profeta que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são aqueles que têm o coração disposto a servir. Elias serviu a Deus com integridade e foi um modelo para o seu sucessor, Eliseu. Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério de Elias encerrou-se. Todavia, ele, como profeta do Senhor, não foi pego de surpresa. Como um líder fiel e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor.

OBJETIVOS
Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
* Reconhecer o caráter divino da vocação e chamada de Elias.
* Detalhar os princípios da exclusividade, autoridade da vocação e a chamada de Elias.
* Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introdução da lição sugerimos um estudo dirigido.  Divida a classe em três grupos. Depois que já estiverem formados, entregue a cada grupo uma das questões relacionadas no quadro abaixo. Cada grupo terá, no máximo, cinco minutos para discutir seu tema e outros cinco minutos para expor suas conclusões à classe. Explique que Elias lançou sua capa sobre os ombros de Eliseu, demonstrando que ele seria seu sucessor. Quando a sucessão foi concluída, Elias a deixou para Eliseu (2 Rs 11-14). Conclua a atividade explicando que todo ministério é transitório, e que o mais importante não é como começamos,  e sim como terminamos.

QUESTÕES PARA O ESTUDO DIRIGIDO
O LEGADO DE ELIAS
1. “Qual o signi cado de lançar a capa sobre Eliseu (1 Rs 19.19)?”
2. “Por que Eliseu matou seus bois (2 Rs 19.20)?” “Qual o signi cado desse gesto?”
3. “Como se deu a chamada de Elias e o término do seu ministério?”

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O teólogo norte-mericano A.W. Tozer disse certa vez que "nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!" Essa máxima é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor, Eliseu. Elias exerceu um ministério excepcional no reino do Norte e, sem dúvida, foi o responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor, bem como em prepará-lo da forma correta. Esta lição nos ensinará como se deu esse processo e como podemos aprender com ele.

I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS 
1. Uma volta às origens. Elias fez um longo percurso até chegar ao Monte Horebe, também conhecido na literatura bíblica como Monte Sinai (Êx 3.1; 19.1,2). De Berseba até ao monte Sinai, o percurso era de aproximadamente quatrocentos quilômetros. Foi nesse Monte que o Senhor havia se revelado a Moisés muito tempo antes como o grande EU SOU (Êx 3.14). Posteriormente, foi nesse mesmo monte que o Senhor revelou a Lei a Moisés (Êx 19 - 20). A distância era grande, mas Elias necessitava voltar às origens da sua fé! Sem dúvidas, esses fatos estavam na mente de Elias quando ele para ali se dirigiu. Para reorientar a caminhada, nada melhor do que uma volta às origens!
2. Uma revelação transformadora. Vendo que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio Senhor trata de dialogar com o profeta. É nesse diálogo que percebemos que Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Duas coisas ficam patentes: Deus continuava sendo Senhor da história e Elias não havia trabalhado em vão (1 Rs 19.9-14). O Senhor revela, então, ao profeta a existência de sete mil remanescentes da adoração a Deus (1 Rs 19.18). Quem eram? Ninguém sabe, mas com certeza pessoas do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao Senhor. Foi o próprio Deus quem os havia conservado. Mas a revelação continuou: Deus revelou a Elias a necessidade de um sucessor (1 Rs 19.16). Deus agora tinha outros planos para Elias. Deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos descartáveis, mas ninguém é insubstituível.
SINÓPSE DO TÓPICO (1) Precisamos nos conscientizar que na obra de Deus não somos descartáveis, mas, de igual forma, ninguém é insubstituível.

II. ELIAS NA CASA  DE ELISEU
1. A exclusividade da chamada. O texto de 1 Reis 19.19-21, que trata sobre a vocação de Eliseu, é rico em detalhes a respeito de sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse relato. Primeiramente observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida, Eliseu fazia parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo lugar, Deus chama para o seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava trabalhando com doze juntas de bois! A obra de Deus não é profissão nem tampouco emprego. É vocação! Em terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou os bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode olhar para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é um "servir". Eliseu passou a servir a Elias.
2. A autoridade da chamada. Quando Elias encontrou a Eliseu, o texto sagrado registra: "E lançou o seu manto sobre ele" (1 Rs 19.19). Na cultura bíblica, o manto é símbolo da autoridade profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo sobre outrem demonstrava transferência de poder e autoridade. Com esse gesto, Eliseu estava sendo credenciado para o ofício profético. De nada adianta o ofício se a unção não o acompanha! Não é, portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção que valida o ofício! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um ministério marcado por milagres. Hoje há muita titulação, mas pouca unção de Deus!
SINÓPSE DO TÓPICO (2) Deus chama e prepara pessoas fiéis para a sua obra. A obra do Senhor é para os chamados e vocacionados.

III. ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de Eliseu. O relato de 2 Reis 2.1-8 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu. Elias vai a vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o profeta põe o discípulo à prova. Primeiramente, Eliseu demonstrou estar familiarizado com aquilo que o Senhor estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele estava consciente de que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias, aconteceria a qualquer momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa história. Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou largar Elias. Ele o acompanhou em Gilgal, Betel, Jericó e Jordão (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. Em terceiro lugar, Eliseu provou ser um homem vigilante quando "viu" Elias sendo assunto aos céus! (2 Rs 2.12).  
2. A nobreza de um pedido. O pedido que Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus é algo que merece uma reflexão à parte. Na verdade, o pedido de Eliseu revela a nobreza da sua chamada. Diante de uma oportunidade única, Eliseu não teve dúvidas, e pediu: "Que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim" (2 Rs 2.9). Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha dúvidas; queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus agradou-se do pedido de Eliseu como se agradara do pedido de Salomão (1 Rs 3.10). Muitas vezes as pessoas preferem aquilo que é medíocre em vez do que é nobre. Preferem escolher o que satisfaz o ego em vez de escolher o que agrada e alegra a Deus.
SINÓPSE DO TÓPICO (3) Eliseu era perseverante, se ele tivesse ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. .

IV. O LEGADO DE ELIAS
1. Espiritual. Elias saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico, mas foi um gigante na fé. E, como tal, passou ao seu discípulo um exemplo de piedade e serviço. O profeta defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs 18.22-36). Extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe e predisse a grande seca sobre Israel (1 Rs 17.1). Somente um homem com semelhante fé em Deus seria capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse legado como herança.
2. Moral. O profeta Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era também portador de singulares predicados morais. O seu valor e coragem são perceptíveis no relato bíblico. Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado, do que era justo, ou injusto, era bem patente na vida de Elias. Por isso ele teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe, quando este consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.17-20). Eliseu aprendera que ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos.

CONCLUSÃO
A história de Elias e de seu sucessor, Eliseu, é instrutiva para a liderança espiritual. Com Elias, aprendemos que os líderes são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas. Aprendemos que a história do reino de Deus é construída por homens que se dispõem a obedecê-lo.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliográfico
“Eliseu, o sucessor
Poucos 'substitutos' nas Escrituras foram tão eficientes quanto Eliseu que foi o sucessor de Elias como profeta de Deus para Israel. Mas Eliseu teve o profeta Elias como um grande exemplo a ser seguido. Ele permaneceu com Elias até os últimos momentos da vida do seu mestre na terra.  Estava disposto a seguir e aprender a fim de receber poder para fazer o trabalho o qual Deus o havia chamado.
Tanto Elias como Eliseu concentraram seus esforços nas necessidades do povo que estava ao seu redor. O impetuoso Elias confrontou e expôs a idolatria, ajudando a criar uma atmosfera onde o povo pudesse adorar a Deus livre e publicamente. Eliseu então agiu com a finalidade de demonstrar a poderosa natureza de Deus, ainda que cuidadosa, para todos aqueles que vieram a ele em busca de ajuda. Ele passou mais tempo cuidando compassivamente do povo do que em conflitos contra o mal. A Bíblia registra 18 encontros entre Eliseu e as pessoas necessitadas. Eliseu teve uma visão mais ampla e de maior alcance na vida do que a maioria das pessoas, porque reconheceu que em Deus havia mais bênçãos a favor da vida. Ele sabia que tudo o que somos e temos vem de Deus" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 516).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 53, p.40.

EXERCÍCIOS
1. De que forma o Senhor corrigiu a compreensão que Elias possuía dos fatos?
R. Mostrando a ele que havia ainda sete mil fiéis e, portanto, ele não havia trabalhado em vão.
2. De que forma Eliseu reagiu à chamada divina?
R. Sacrificando os animais e deixando o convívio familiar para acompanhar Elias.
3. De que forma Eliseu demonstrou ser um homem virtuoso?
R. Demonstrando discernimento, perseverança e vigilância.
4. Cite os legados deixados pelo profeta Elias listados na lição.
R. Moral e espiritual.
5. Como podemos perceber o valor e coragem de Elias no relato bíblico?
R.  Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Lição 7 - A Vinha de Nabote



17 de Fevereiro de 2013

A Vinha de Nabote

TEXTO ÁUREO
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, 
isso também ceifará"  (Gl 6.7). 

VERDADE PRÁTICA
A trama orquestrada pela rainha Jezabel e o rei Acabe contra Nabote demonstra quão danoso é render-se aos desejos da cobiça e de uma satisfação pessoal.

HINOS SUGERIDOS 522, 547, 635

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mc 7.22-23 A raiz da cobiça
Terça - Ef 5.5 Fruto da cobiça
Quarta - Êx 10.17 Advertência contra a cobiça
Quinta - Gn 31.41 A cobiça exemplificada
Sexta - Pv 28.20 Consequência da cobiça
Sábado - Is 57.17 Julgamento da cobiça

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 21.1-5;15,16

1 E sucedeu, depois destas coisas, tendo Nabote, o jezreelita, uma vinha que em Jezreel estava 
junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria,
2 que Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está 
vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor do que ela; ou, se parece 
bem aos teus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro.
3 Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais.
4 Então, Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o 
jezreelita, lhe falara, dizendo: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, e 
voltou o rosto, e não comeu pão.
5 Porém, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está tão desgostoso o teu 
espírito, e não comes pão?
15 E sucedeu que, ouvindo Jezabel que já fora apedrejado Nabote e morrera, disse Jezabel a 
Acabe: Levanta-te e possui a vinha de Nabote, o jezreelita, a qual ele te recusou dar por 
dinheiro; porque Nabote não vive, mas é morto.
16 E sucedeu que, ouvindo Acabe que já Nabote era morto, Acabe se levantou, para descer para 
a vinha de Nabote, o jezreelita, para a possuir.


INTERAÇÃO
Acabe não se contentou com o que tinha - e não era pouco, ele tinha "apenas" o governo da nação de Israel, o reino do Norte, à sua disposição. Ele poderia comprar ou possuir qualquer terra ou vinha em Israel. Mas por que justamente desejou a de Nabote? Uma vinha de valor não apenas financeiro, mas, principalmente, familiar. Não satisfeito, e alimentado pela loucura de sua mulher, Jezabel, Acabe cometeu uma das maiores injustiças narradas nas Sagradas Escrituras. Ele permitiu a morte de Nabote e tomou para si a sua vinha. Eliminemos a cobiça do nosso coração, pois, podemos ser injustos e cruéis com pessoas inocentes

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Identificar o objeto da cobiça de Acabe.
* Citar as causas da cobiça.
* Conscientizar-se dos frutos e consequências da cobiça.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, na aula desta semana trataremos a respeito da cobiça. A fim de contextualizar a lição, reproduza, de acordo com as suas possibilidades, o esquema abaixo. Introduza a lição dizendo que a cobiça é uma consequência da visão de mundo que o ser humano possui. Explique que o mundo onde vivemos é orientado por um estilo de vida materialista, hedonista e pragmatista. Todavia, o Evangelho demanda de cada um de nós um estilo rigorosamente contrário ao mundano.

O ESPÍRITO DO MUNDO
Materialismo
É o ceticismo a respeito da existência daquilo que é transcendental. Um estilo de vida pautado somente nas coisas materiais. Após essa vida, dizem os materialistas, tudo acaba.
Hedonismo
Ética pautada na busca intensa pelo prazer inteiramente pessoal. O sexo, a paz interior e a prosperidade são os sonhos de vida do ser humano.
Pragmatismo
É o estilo de vida que objetiva o lucro pessoal. Os relacionamentos de ordem sentimental, espiritual e pro ssional são baseados numa perspectiva de barganha.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O episódio envolvendo o rei Acabe e a vinha de Nabote é um dos mais tristes do registro bíblico. Uma grande injustiça é cometida contra um homem inocente. Triste porque vemos até onde pode chegar um coração cobiçoso. Por outro lado, o fato é um dos que melhor revela a manifestação da justiça divina ante as injustiças dos homens. Acabe matou Nabote e apropriou-se de suas terras. Todavia, não pôde usufruir do fruto de seu pecado, porque o Senhor, através do profeta Elias, o denunciou e o disciplinou. É triste saber que soberanos, governantes e reis injustos governam, mas é mais maravilhoso saber que um Rei justo governa todo o universo.

I. O OBJETO DA COBIÇA
1. O direito à propriedade no Antigo Israel. De acordo com o livro de Levítico, a terra pertencia ao Senhor (Lv 25.23). O israelita da Antiga Aliança estava consciente de que o Senhor lhe havia dado o direito de explorar a terra como uma concessão. Assim sendo, ele não poderia vender aquilo que lhe fora dado como herança divina. O livro de Números destaca esse fato: "Assim, a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais" (Nm 36.7). Com isso, o Senhor queria proteger seu povo da cobiça, além de garantir-lhe o direito de cultivar a terra para sua subsistência. Fica, pois, a lição de que não devemos cobiçar aquilo que é do próximo, nem tampouco jogar fora aquilo que o Senhor nos confiou como despenseiros.
2. A herança de Nabote. Acabe queria a vinha de Nabote de qualquer jeito. Diante da insistência do rei, Nabote contra argumentou: não poderia desfazer-se de sua herança (1 Rs 21.3). Nabote era obediente ao Senhor e invocou o poder da lei para proteger-se. Diante desse fato, o rei cobiçoso ficou triste, pois sabia que até mesmo um monarca hebreu precisava submeter-se à lei divina (1 Sm 10.25). Mas Jezabel, sua esposa, que viera de um reino pagão, ficou escandalizada com esse fato, pois entre os reinos gentios os governantes não eram apenas soberanos, eram também tiranos (1 Rs 21.5-7). Dessa forma, ela arquitetou um plano para apossar-se da vinha de Nabote (1 Rs 21.8-14).Quantas pessoas têm consciência da ilegalidade de determinada coisa, mas como Acabe ficam à procura de justificativas que a tornem legal. Cuidado! Deus há de julgar os tiranos e malfeitores.
SINÓPSE DO TÓPICO (1) A cobiça transforma indivíduos comuns em criminosos

II. AS CAUSAS DA COBIÇA
1. A casa de campo de Acabe. O livro de 1 Reis destaca que Acabe possuía uma segunda residência em Jezreel (1 Rs 18.45,46). Era uma casa de verão. A vinha de Nabote estava, pois, localizada próxima à residência de Acabe (1 Rs 21.1). O rei Acabe possuía uma casa real, uma casa de campo, mas não estava satisfeito enquanto não possuísse a pequena vinha do seu súdito, Nabote. É uma verdade que muitas pessoas, mesmos sendo ricas, não se satisfazem com o que têm. Querem mais e mais, e assim mesmo não conseguem encontrar satisfação. Nenhum ser humano conseguirá satisfazer-se plenamente se o centro da sua satisfação não estiver em Deus.
2. A horta de Acabe. Acabe estava dominado pelo desejo de "ter", de "possuir". Somente a casa de verão, que sem dúvida era majestosa, não lhe satisfazia, queria agora construir ao seu lado uma horta para que seus desejos pudessem ser realizados. Não se importava em quebrar o mandamento divino: "Não cobiçarás" (Êx 20.17). Mais do que qualquer motivação externa, Acabe estava totalmente dominado pelos desejos cobiçosos de seu coração.Jamais devemos incorrer no erro de achar que os fins justificam os meios, e assim quebrar a Palavra do Senhor na busca de um desejo meramente egoísta.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) Acabe desejou a propriedade de Nabote, pois queria, ali, construir uma horta.

III. O FRUTO DA COBIÇA
1. Falso testemunho. As atitudes de Acabe foram acontecendo como reação em cadeia. É evidente que um desejo pecaminoso não pode dar frutos bons. O problema agora não era somente Acabe, mas também sua famigerada mulher, Jezabel (1 Rs 21.7). Foi ela que arquitetou um plano sórdido para apossar-se da propriedade de Nabote. Diz o texto sagrado que ela envolveu várias pessoas nesse intento, incluindo os nobres do reino (1 Rs 21.8). Nobres sem nenhuma nobreza! Escreveu uma carta e selou com o anel de Acabe. Por conseguinte, com o pleno consentimento do marido, engendrou o plano, a fim de que Nabote, o Jezreelita, fosse acusado de ter blasfemado contra Deus e contra o rei (1 Rs 21.10). Um simples desejo que evoluiu para cobiça e falso testemunho.
2. Assassinato e apropriação indevida. A trama precisava ser bem feita para não gerar desconfiança. E por isso um jejum deveria ser proclamado, como sinal de lamento por haver Nabote blasfemado contra o Deus de Israel (1 Rs 21.9). Uma prática religiosa foi usada para dar uma roupagem espiritual ao caso. Como foi planejado, Nabote e sua família foram apedrejados e mortos injustamente! (1 Rs 21.13). Quantas vezes a Bíblia é usada para justificar práticas pecaminosas! Resolvido o problema, agora o rei apoderar-se-ia da vinha de Nabote (1 Rs 21.16). Um abismo chama outro abismo. O pecado havia evoluído da cobiça para o assassinato!
SINÓPSE DO TÓPICO (3) A cobiça origina o falso testemunho, assassinato e apropriação indevida dos bens do outro.

IV. AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA
1. Julgamento divino. Tanto Acabe como a sua esposa, Jezabel, estavam convencidos de que ninguém mais sabia dos seus intentos. De fato, ninguém dentre o povo soube dos bastidores desse estratagema diabólico, exceto Elias, o Tisbita. Tão logo Acabe apossou-se da vinha de Nabote, ordena Deus ao profeta Elias que se apresente ao rei e lhe proclame o juízo divino: "Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo" (1 Rs 21.19,20). Alguém pode enganar aos homens, mas nunca ao Senhor. Diante dEle todas as coisas estão patentes (Hb 4.13).
2. Arrependimento e morte. Duas atitudes podem ser tomadas diante de uma sentença divina de julgamento: arrepender-se ou rejeitar a correção. No caso de Acabe, o texto sagrado destaca que logo após receber a profecia sentenciando a sua morte, ele "rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de sacos e andava mansamente. Então, veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo: "Não viste que Acabe se humilha perante mim? Porquanto, pois, se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa" (1 Rs 21.27-29). Acabe arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das consequências de suas ações (1 Rs 22.29-40; 2 Rs 1.1-17). O pecado sempre tem seu alto custo!
SINÓPSE DO TÓPICO (4) Na cobiça que dominou Acabe, vemos o julgamento divino, e também arrependimento e morte.

CONCLUSÃO
Lendo a história de Acabe, constatamos logo que o pecado não compensa. Todas as nossas ações terão consequências, e algumas delas extremamente amargosas. Deveríamos medir nossas intenções primeiramente pela Palavra de Deus e somente assim evitaríamos dar vazão aos nossos instintos. Nossas ações glorificariam a Deus em vez de satisfazer nossos egos. Acabe fracassou porque esqueceu-se da Palavra de Deus, preferindo ouvir e seguir a orientação de uma pagã que nada sabia sobre a Lei do Senhor. Quando alguém quebra a Palavra de Deus, na verdade é ele quem está se quebrando!

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsidio Teológico
"Base legal
O 'dia de jejum' que Jezabel proclamou sugere que ela havia convocado os anciãos em assembleia para identificar a causa de algum recente desastre ou dificuldade (cf. Jl 1.14-18). Alguns sugerem que a acusação feita pelos dois 'vilões' era que Nabote abandonara a promessa feita em nome de Deus para vender sua terra ao rei. O fracasso em manter um juramento feito em nome de Deus seria blasfêmia. Nesse caso, após a execução de Nabote, o rei podia legalmente tomar posse da propriedade em disputa. 2 Reis 9.26 acrescenta que os filhos de Nabote foram assassinados ao mesmo tempo. Com nenhum herdeiro vivo, aparentemente não havia ficado ninguém para disputar a reclamação de Acabe pela terra" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 238).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsidio Bíblico
"Tendo Nabote sido tirado do caminho, Acabe toma posse da vinha.
Os anciãos de Jezreel enviaram despreocupadamente a notícia a Jezabel, como se fosse uma notícia agradável: Nabote foi apedrejado e morreu (v.14). Aqui observamos que: tão obsequiosos estavam os anciãos de Jezreel para obedecer as ordens de Jezabel, que ela enviara de Samaria para assassinar Nabote, quanto estavam obsequiosos os anciãos de Samaria para obedecer as ordens de Jéu para assassinar os setenta filhos de Acabe, embora nada fosse feito segundo a lei (2 Rs 10.6,7). Aqueles tiranos, que com suas ordens perversas corrompem as consciências dos seus magistrados inferiores, no fim podem talvez receber o troco caindo sobre eles, e aqueles que se dispõem a fazer uma coisa cruel por eles estarão prontos a fazer outra coisa cruel contra eles" (HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.534).

VOCABULÁRIO
Obsequioso: Que presta obséquios; serviçal, benévolo; afável no trato.
Tirano: Governante injusto e cruel.
Famigerada: Tristemente afamada.
Sórdido: Que fere a decência, os bons princípios; indecente, indigno, vergonhoso.
Engendrou: Dar existência a; formar, gerar.
Estratagema: Plano, esquema, previamente estudado e posto em prática para atingir determinado objetivo.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 53, p.39.

EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, por que Nabote recusou vender a sua vinha? 
R. Porque a terra era dada como uma concessão e como tal não poderia ser vendida. A lei mosaica ainda proibia um israelita vender a herança de seus pais.

2. Explique o porquê do desejo de Acabe em se apossar da vinha de Nabote.
R. Acabe possuía uma casa de verão e queria construir ao seu lado uma horta.

3. Destaque alguns frutos da cobiça de Acabe.
R. Falso testemunho, apropriação indébita e assassinato.

4. Como Acabe reagiu à sentença de julgamento dada pelo profeta Elias?
R. Com arrependimento.

5. Lendo a história de Acabe, o que podemos constatar?
R.  Que o pecado não compensa.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lição 6- A Viúva de Sarepta



10 de Fevereiro de 2013

A Viúva de Sarepta 

TEXTO ÁUREO
"Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva"  (Lc 4.25,26).

VERDADE PRÁTICA
Para socorrer e sustentar os seus filhos, Deus usa os meios mais inesperados

HINOS SUGERIDOS 28, 126, 245

LEITURA DIÁRIA
Segunda -1 Rs 17.4 Provisão em Querite
Terça - 1 Rs 17.12 Escassez em Sarepta
Quarta - 1 Rs 17.13 Deus em primeiro lugar
Quinta - 1 Rs 17.14 A suficiência divina
Sexta -1 Rs 17.19 O poder da oração intercessória de Elias
Sábado -1 Rs 17.21 O poder da oração perseverante

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 17.8-16


Então, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo:


Levanta-te, e vai a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher 

viúva que te sustente.
10 
Então, ele se levantou e se foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali 

uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, numa 
vasilha um pouco de água que beba.
11 
E, indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me, agora, também um bocado de pão 

na tua mão.
12 
Porém ela disse: Vive o SENHOR, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um 

punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois 
cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos.
13 
E Elias lhe disse: Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso primeiro para 

mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho.
14 
Porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da 

botija não faltará, até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra.

15 
E foi ela e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.

16 
Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do 

SENHOR, que falara pelo ministério de Elias.


INTERAÇÃO
Professor, hoje estudaremos a respeito do cuidado e da provisão divina para com o profeta Elias. No decorrer da lição, procure enfatizar o cuidado de Deus para com aqueles que se dispõe a fazer sua vontade. O Senhor não mudou, como um pai amoroso Ele continua a cuidar de seus filhos. Elias foi fiel ao Todo-Poderoso ao cumprir sua missão - confrontar a apostasia no reino do Norte. A sua devoção e zelo pela Palavra do Senhor, fez com que ele  precisasse de um lugar seguro para refugiar-se. O próprio Deus escolheu e preparou este lugar, em Sarepta. Ali, uma pobre viúva seria usada como parte do plano de provisão do Senhor.  Aprendemos com este episódio que o Pai Celeste é o nosso Provedor. Ele, como o Bom Pastor, supre as nossas necessidades. Confie!

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Compreender que  Deus é o nosso provedor.
* Explicitar o poder da graça de Deus para com os povos gentílicos.
* Conscientizar-se do poder da Palavra de Deus e da oração.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para introduzir o tópico II da lição utilize o esquema abaixo. Reproduza-o conforme as suas possibilidades. Fale que além da viúva de Sarepta, as Sagradas Escrituras falam sobre outras mulheres estrangeiras que o Senhor acolheu através do seu povo. Raabe, Rute e a mulher siro-fenícia comprovam que Deus não pertence a nenhum grupo específico. Ele é infinito e seu Santo Espírito sopra onde quer.

A PARTICIPAÇÃO DAS MULHRES ENTRANGEIRAS NAS ESCRITURAS
Raabe Habitante de Jericó na época da invasão de Israel à Canaã. Sua história é narrada em Josué 2.1-22; 6.17-25. Há, sobre ela, referências claras em o Novo Testamento. Aqui, o autor sagrado atribui a salvação de Raabe à sua fé (Tg 2.25; Hb 11.31).
Rute Uma moabita que casou com dois fazendeiros judeus: Malom (Rt 4.10), um dos filhos de Elimeleque e Noemi (4.3; 1.2), e Boaz, um parente de Elimeleque (4.3).
A mulher Síro-Fenícia Mulher gentílica, da região de Tiro e Sidom, que pediu a Jesus para curar a sua fi lha (Mc 7.26; cf. Mt 15.21,22).


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
A visita do profeta Elias a terra de Sarepta, onde foi acolhido por uma viúva pobre, é emblemática por algumas razões. Primeiramente, a história revela o cuidado de Deus para com os que se dispõem a fazer sua vontade. Não importa onde estejam, Deus cuida de cada um de seus filhos. Elias foi o agente de Deus para confrontar a apostasia no reino do Norte. Necessitava, pois, de um lugar seguro para refugiar-se. Em segundo lugar, o episódio revela a soberania de Deus sobre as nações. Mesmo tratando-se de uma terra pagã, Deus escolhe dentre os moradores de Sarepta, uma mulher que servirá como instrumento na construção de seu propósito.

I. UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA
1. A fonte de Querite. Logo após profetizar uma grande seca sobre o reinado de Acabe, Elias recebeu a orientação divina: "Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão" (1 Rs 17.3). Elias havia se tornado uma persona non grata no reinado de Acabe. E, devido a esse fato, precisava sair de cena por um tempo. Seguindo a orientação divina, ele refugia-se primeiramente próximo à fonte de Querite. Era um lugar de sombra e água fresca, mas não representava o ponto final de sua jornada. Ele não poderia fixar-se naquele local porque ali não havia uma fonte permanente, mas uma provisão em tempos de crise (1 Rs 17.7). Quem faz de "Querite" seu ponto final terá problemas porque certamente secará!
2. Elias em Sarepta. Elias afasta-se de seu povo e de sua terra, indo refugiar-se em território fenício (1 Rs 17.9). A geografia bíblica informa-nos que Sarepta era uma pequena localidade situada a cerca de quinze quilômetros de Sidom, terra da temida Jezabel (1 Rs 16.31). Às vezes o Senhor faz coisas que parece não ter lógica alguma! No entanto, esse foi o único lugar no qual o rei Acabe jamais pensaria em procurar o profeta (1 Rs 18.10). São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro de Deus para a efetivação do seu propósito
SINÓPSE DO TÓPICO (1) Num momento de crise Elias se afastou do seu povo e de sua terra e refugiou-se em território fenício.

II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS
1. A soberania e graça de Deus. Quando o Senhor ordenou ao profeta que se deslocasse até Sarepta, revelou-lhe também qual era o seu propósito: "Ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente" (1 Rs 17.9). Elias precisava sair da região controlada por Acabe e isso, como vimos, aconteceu quando ele se dirigiu a Sidom, na Fenícia. O texto é bem claro em referir-se à viúva como sendo um instrumento que o Senhor usaria para auxiliar a Elias: "Ordenei ali a uma mulher viúva". Quem era essa viúva ninguém sabe. Todavia, foi a única escolhida pelo Senhor, dentre milhares de outras viúvas, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lc 4.25,26). Era uma gentia que, graças ao desígnio divino, contribuiu para a construção e desenvolvimento do plano divino.
2. A providência de Deus. A providência divina para com Elias revelou-se naquilo que Paulo, muito tempo depois, lembrou (1 Co 1.27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil mulher! Sim, uma mulher viúva e pobre. Muito pobre! Ficamos a pensar o que teria passado pela cabeça do profeta quando o Senhor lhe disse que havia ordenado a uma viúva que o sustentasse. Era de se imaginar que a mulher possuísse algum recurso. Como em toda a história de Elias, a provisão de Deus logo fica em evidência. A providência divina já havia se manifestado nos alimentos trazidos pelos corvos (1 Rs 17.4-6). Agora revelar-se-ia através de uma viúva pobre.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) Pela sua soberania e graça, Deus incluiu uma estrangeira em seu plano.

III. O PODER DA PALAVRA DE DEUS
1. A escassez humana e a suficiência divina. A mulher que Deus havia levantado para alimentar Elias durante o período da seca disse não possuir nada ou quase nada: "nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos." (1 Rs 17.12). De fato o que essa mulher possuía como provisão era algo humanamente insignificante! A propósito, o termo hebraico usado para punhado, dá a ideia de algo muito pouco! Era pouco, mas ela possuía! Deus queria operar o milagre a partir do que a viúva tinha.  A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com Deus torna-se muito!
2. Deus, a prioridade maior. O profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando lhe diz: "porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho" (1 Rs 17.13). O profeta era um agente de Deus, e atendê-lo primeiro significava colocar a Deus em primeiro lugar. O texto sagrado afirma que "foi ela e fez segundo a palavra de Elias" (1 Rs 17.15). Tivesse ela dado ouvidos à sua razão, e não obedecido as diretrizes do profeta, certamente teria perdido a bênção. O segredo, pois, é colocar a Deus sempre em primeiro lugar (Mt 6.33).
SINÓPSE DO TÓPICO (3) Na escassez humana vemos a suficiência divina através do poder da Palavra de Deus.

IV. O PODER DA ORAÇÃO
1. A oração intercessória. O texto de 1 Reis 17.1 traz a profecia de Elias sobre a seca em Israel. E, de fato, a seca aconteceu. Tiago, porém, destaca que a predição de Elias foi acompanhada de oração: "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra" (Tg 5.17). Novamente o profeta encontra-se diante de um novo desafio e somente a oração provará a sua eficácia. O filho da viúva morreu e Elias toma as dores da pobre mulher, pondo-se em seu lugar e clama ao Senhor (1 Rs 17.19,20). Deus ouviu e respondeu ao seu servo.
2. A oração perseverante. Elias orou com insistência (1 Rs 17.21). Ele estendeu-se sobre o menino três vezes! Isso demonstra a natureza perseverante de sua oração. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho porque não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na oração ao narrar a parábola do juiz iníquo (Lc 18.1). É com tal perseverança que conseguiremos alcançar nossos objetivos.
SINÓPSE DO TÓPICO (4) O clamor intercessório e perseverante confirmam o poder da oração.

CONCLUSÃO
A soberania de Deus sobre a história e sobre os povos e o seu cuidado para com aquele que o teme se revelam de forma maravilhosa no episódio envolvendo o profeta Elias e a sua visita a Sarepta. Não há limites quando Deus quer revelar a sua graça e tampouco há circunstância demasiadamente difícil que possa impedi-lo de mostrar o seu poder provedor.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI

Subsídio Geográfico"
Sarepta
Durante os três anos de seca sofridos por Israel nos dias de Acabe, Deus enviou Elias, que havia pronunciado o julgamento de Israel, à cidade fenícia de Sarepta, para que ali fosse sustentado. Nesta cidade, a viúva com a qual o profeta viveu desfrutou um suprimento perene de azeite e farinha, e experimentou a alegria de ter seu filho ressuscitado dos mortos (1 Rs 17.8-24). A cidade estava localizada a aproximadamente treze quilômetros ao sul de Sidom, ao longo da costa mediterrânea, na estrada para Tiro. Também é conhecida como Zarefate em algumas versões (Ob 1.20) e como Sarepta no NT (Lc 4.26) é a moderna Sarafand. Sarepta é mencionada em textos ugaríticos do século XIV a.C. e em papiros egípcios do século XIII a.C junto com Biblos, Beirute, Sidom e Tiro como uma das principais cidades da costa (ANET, p. 477). Tanto Senaqueribe como Esar-Hadom reivindicam ter tomado Sarepta de acordo com as inscrições assírias (ela foi chamada Zaribtu, ANET, p.287)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1768).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 53, p.39.

EXERCÍCIOS
1. Geograficamente falando, onde ficava Querite e Sarepta?  
R. Querite ficava do lado oriental do reino do Norte, na fronteira do Jordão e Sarepta ficava a cerca de quinze quilômetros de Sidom.
2. De que forma vemos a ação de Deus se manifestar em Sarepta? 
R. Incluindo a viúva em seu plano e provendo o que era necessário para ela e para Elias
3. Que lições podemos aprender do milagre na casa da viúva? 
R. Que quando se coloca Deus como prioridade maior, então haverá garantia para a provisão da escassez humana.
4. No episódio da ressurreição do filho da viúva, quais aspectos da oração podem ser destacados? 
R. Os da oração intercessória e perseverante.
5..Segundo a lição, como devemos alcançar os nossos objetivos?
R. . Com perseverança.