domingo, 14 de outubro de 2012

Lição 3 - Joel - O Derramamento do Espírito Santo



Lição 3
21 de Outubro de 2012

Joel - O Derramamento do Espírito Santo 

TEXTO ÁUREO
"E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos"
(At 2.17).

VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor.

HINOS SUGERIDOS 100, 290, 491

LEITURA DIÁRIA
Segunda - O derramamento do Espírito Santo
 Is 44.3 Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes.
Terça - Jesus batiza com o Espírito Santo
 Mt 3.11 E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Quarta -  O Consolador está sempre conosco
Jo 14.16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
Quinta -  O Espírito Santo ensina a Igreja
Jo 14.26 Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
Sexta -  As línguas e o batismo com o Espírito Santo
At 2.4 E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Sábado -  Os gentios e o batismo com o Espírito Santo
At 11.15 E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.
16 E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Joel 1.1
1 Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel, filho de Petuel.
Joel 2.28-32
28 E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas 
filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.
29 E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito.
30 E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça.
31 O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR.
32 E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SENHOR chamar.

INTERAÇÃO
Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, em Jerusalém, muitas pessoas ficaram atônitas com o fenômeno, pois viram gente simples falando línguas totalmente desconhecidas deles. Outros, no entanto, zombavam, afirmando que essas pessoas estavam "cheias de mostos" ou "embriagadas". Nessa ocasião, o apóstolo Pedro se levantou, junto dos demais apóstolos   Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.(At 2.14) e expôs sistematicamente os pontos centrais da revelação de Deus através de Jesus Cristo. Ele evocou a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito Santo (At 2.15-21) Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.
16 Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
17 E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;
18 e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão;
19 e farei aparecer prodígios em cima no céu e sinais em baixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça.
20 O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor;
21 e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
 e conclamou-os: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.38,39).

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Joel.
* Compreender que o Espírito Santo é uma pessoa divina.
* Saber que o livro de Joel é escatológico.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, utilize o quadro abaixo para introduzir a aula e explicar que o livro de Joel pode ser dividido em duas partes. A primeira descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos e a comunidade. E a segunda, a resposta de Deus a Israel e às nações.

LIVRO DE JOEL

PRIMEIRA PARTE
A praga dos gafanhotos e a comunidade (1.1-2.17).
• A praga de gafanhotos (1.1-4).Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel, filho de Petuel.
Ouvi isto, vós, anciãos, e escutai, todos os moradores da terra: Aconteceu isto em vossos dias? Ou também nos dias de vossos pais?
Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração.
O que ficou da lagarta, o comeu o gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto, o comeu a locusta, e o que ficou da locusta, o comeu o pulgão.
• Chamado à lamentação (1.5-20). 5 Despertai, ébrios, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do 
mosto, porque tirado é da vossa boca.
6 Porque uma nação subiu sobre a minha terra, poderosa e sem número; os seus dentes são dentes de leão, e tem queixadas de um leão velho.
7 Fez da minha vide uma assolação, e tirou a casca da minha figueira, e despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos se embranqueceram.
8 Lamenta como a virgem que está cingida de pano de saco pelo marido da sua mocidade.
9 Foi cortada a oferta de manjar e a libação da Casa do SENHOR; os sacerdotes, servos do SENHOR, estão entristecidos.
10 O campo está assolado, e a terra, triste; porque o trigo está destruído, o mosto se secou, o óleo falta.
11 Os lavradores se envergonham, os vinhateiros gemem sobre o trigo e sobre a cevada; porque a colheita do campo pereceu.
12 A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira, e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e a alegria se secou entre os filhos dos homens.
13 Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de sacos, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus.
14 Santificai um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR.
15 Ah! Aquele dia! Porque o dia do SENHOR está perto e virá como uma assolação do Todo-poderoso.
16 Porventura o mantimento não está cortado de diante de nossos olhos? A alegria e o regozijo, da Casa de nosso Deus?
17 A semente apodreceu debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns, derribados, porque se secou o trigo.
18 Como geme o gado! As manadas de vacas estão confusas, porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas são destruídos.
19 A ti, ó SENHOR, clamo, porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo.
20 Também todos os animais do campo bramam a ti; porque os rios se secaram, e o fogo consumiu os pastos do deserto.
• Grande alarme (2.1-11).  1 Tocai a buzina em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; 
perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto;
2 dia de trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas; como a alva 
espalhada sobre os montes, povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo 
nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.
3 Diante dele um fogo consome; e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é 
como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará.
4 O seu parecer é como o parecer de cavalos; e correrão como cavaleiros.
5 Como o estrondo de carros sobre os cumes dos montes, irão eles saltando; como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, ordenado para o combate.
6 Diante dele temerão os povos; todos os rostos são como a tisnadura da panela.
7 Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e irá cada um 
nos seus caminhos, e não se desviarão da sua fileira.
8 Ninguém apertará a seu irmão; irá cada um pelo seu carreiro; sobre a mesma espada 
se arremessarão e não serão feridos.
9 Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, pelas janelas entrarão como o ladrão.
10 Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as 
estrelas retirarão o seu resplendor.
11 E o SENHOR levanta a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimos são os seus 
arraiais; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é 
grande e mui terrível, e quem o poderá sofrer?
• Chamado ao arrependimento (2.12-17). 12 Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal.
14 Quem sabe se se voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de manjar e libação para o SENHOR, vosso Deus?
15 Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição.
16 Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo.
17 Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?

SEGUNDA PARTE
A resposta do Senhor a Israel e às nações (2.18-3.21).
• Compaixão pela comunidade (2.18-27).  18 Então, o SENHOR terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo.
19 E o SENHOR responderá e dirá ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, e o mosto, e o óleo, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações.
20 E aquele que é do Norte farei partir para longe de vós, e lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta; a sua frente para o mar oriental, e a sua retaguarda para o mar ocidental; e subirá o seu mau cheiro, e subirá a sua podridão; porque fez grandes coisas.
21 Não temas, ó terra; regozija-te e alegra-te; porque o SENHOR fez grandes coisas.
22 Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o 
arvoredo dará o seu fruto, a vide e a figueira darão a sua força.
23 E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no SENHOR, vosso Deus, porque ele vos dará ensinador de justiça e fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês .
24 E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de óleo.
25 E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o 
pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós.
26 E comereis fartamente, e ficareis satisfeitos, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo não será mais envergonhado.
27 E vós sabereis que eu estou no meio de Israel e que eu sou o SENHOR, vosso Deus, 
e ninguém mais; e o meu povo não será envergonhado para sempre.
• Bênçãos para a comunidade (2.28-32). 28 E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.
29 E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito.
30 E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça.
31 O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR.
32 E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SENHOR chamar.
• Julgamento das nações (3.1-17). Porquanto eis que, naqueles dias e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de 
Judá e de Jerusalém,
congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações, repartindo a minha terra.
E lançaram a sorte sobre o meu povo, e deram um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem.
E também que tendes vós comigo, Tiro e Sidom e todos os termos da Fenícia? É tal o pago que vós me dais? Pois, se me pagais assim, bem depressa farei cair a vossa paga sobre a vossa cabeça.
Visto como levastes a minha prata e o meu ouro e as minhas coisas desejáveis e formosas metestes nos vossos templos;
e vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus termos;
eis que eu os moverei do lugar para onde os vendestes; e farei cair a vossa paga sobre a vossa própria cabeça.
E venderei vossos filhos e vossas filhas pela mão dos filhos de Judá, que os venderão aos de Seba, a uma nação remota, porque o SENHOR o disse.
Proclamai isso entre as nações, santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra.
10 Forjai espadas das vossas enxadas e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte.
11 Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes!);
12 movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor.
13 Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande.
14 Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão.
15 O sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.
16 E o SENHOR bramará de Sião e dará a sua voz de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o SENHOR será o refúgio do seu povo e a fortaleza dos filhos de Israel.
17 E vós sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade; estranhos não passarão mais por ela.
• Presença de Deus em Jerusalém (3.18-21).  18 E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e dos outeiros manará leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte da Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim.
19 O Egito se tornará uma assolação, e Edom se fará um deserto de solidão, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente.
20 Mas Judá será habitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração.
21 E purificarei o sangue dos que eu não tinha purificado, porque o SENHOR habitará em Sião.


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro de Joel em evidência, fazendo com que ele fosse conhecido como o "profeta pentecostal". Apesar disso, o anúncio da descida do Espírito Santo não é o tema predominante de seus oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga da locusta e do julgamento das nações no fim dos tempos.

I. O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO
1. Contexto histórico. Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro. Era profeta de Judá e seu pai se chamava Petuel (1.1). Isso é tudo o que sabemos de sua vida pessoal. Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, pois tem-se como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C. Trata-se da época em que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2 Cr 23.16-21). Isso explica a influência e a presença significativa dos sacerdotes no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em pleno funcionamento (Jl 1.9,13,14).
2. Posição de Joel no Cânon Sagrado. A ordem dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do Cânon Judaico e da Vulgata Latina, mas não é cronológica. Joel é o segundo livro, situado entre Oseias e Amós, mas na Septuaginta há uma diferença na ordem dos primeiros seis livros: Oseias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas.
3. Estrutura e mensagem. O oráculo foi entregue ao profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos, mas a sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos, pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco versículos, e o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso capítulo três. São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1-2.27) e os eventos do fim dos tempos (2.28-3.21). O assunto do livro é escatológico, com ameaças e promessas.
SINÓPSE DO TÓPICO (1) O livro de Joel é uma obra escatológica  que contém  advertências e promessas divinas.

II. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO 
1. Sua personalidade. O Espírito está presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma pessoa e não como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem emoções (Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). Há abundantes provas bíblicas de sua personalidade.
2. Sua divindade. O Espírito Santo é chamado textualmente de "Deus de Israel" (2 Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e majestade. Na declaração batismal, somos batizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6). Isso significa que o Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração. Ele é tudo o que Deus é (1 Co 2.10,11).
3. Como uma pessoa pode ser derramada? Esta é uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem frequentemente com a finalidade de "provar" que o Espírito Santo não é Deus nem uma pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma "derramarei o meu Espírito" (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At 2.17,18). Ao longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre encontrou oposição. Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatomachoi ("opositores do Espírito") que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300-380), não aceitavam a divindade do Espírito Santo.
4. Linguagem metafórica. O "derramamento" do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito. Trata-se de uma metáfora, figura que "consiste na transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação implícita" (Gramática Rocha Lima).
Simbolizado pela água, o Espírito Santo lava, purifica e refrigera como reflexo de suas múltiplas operações (Is 44.3; Jo 7.37-39; Tt 3.5).
SINÓPSE DO TÓPICO (2) O Espírito Santo é uma pessoa e não uma mera influência

III. HORIZONTES DA PROMESSA
1. Ponto de partida. A profecia do derramamento do Espírito Santo começou a ser cumprida no dia de Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O apóstolo Pedro empregou apropriadamente a expressão "nos últimos dias" (At 2.17) no lugar de "depois" (Jl 2.28a).
Não faz sentido algum, por conseguinte, afirmar que a efusão do Espírito Santo foi apenas para a Era Apostólica; antes, pelo contrário, começou com os apóstolos e continua em nossos dias. Era o ponto de partida, e não de chegada.
2. Comunicação divina. Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade, sexo e posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos ressaltar que somente a Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra. Quanto aos sonhos, visões e profecias, são-nos concedidos para a edificação individual, e não podem ser usados para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.

SINÓPSE DO TÓPICO (3) A efusão do Espírito Santo começou com os apóstolos e continua em nossos dias até a volta de Jesus

IV. O FIM DOS TEMPOS
1. Sinais. A profecia de Joel fala ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas e da lua tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações teofânicas de Jeová para revelar a si mesmo e também para executar juízo sobre o pecado (Êx 19.18; Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou integralmente em sua pregação (At 2.19,20). É de se notar que tais manifestações não foram vistas por ocasião do Pentecostes. A explicação é que se trata do começo dos "últimos dias".
2. Etapas. O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos "últimos dias" (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de fumaça etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à Grande Tribulação, no epílogo da história, "antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Jl 2.31; At 2.20).
3. Resultado. A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta também em salvação a todos os que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Pedro termina a citação de Joel com estas palavras: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2.21). O nome "SENHOR", com letras maiúsculas, indica na Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH (as quatro consoantes do nome divino "Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová"). O apóstolo Paulo citou essa passagem referindo-se a Jesus, e afirmando que o Meigo Nazareno é o mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).
SINÓPSE DO TÓPICO (4) O livro de Joel é escatológico. Ele fala do fim dos tempos a partir do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias.

CONCLUSÃO
O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que, acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião sui generis. A Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At 1.8; Jo 16.7-11).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Histórico
"Joás, rei de Judá
[...] O verdadeiro descendente de Davi assentou-se no trono, e reinou durante quarenta anos (835-796). Visto que ele tinha apenas sete anos quando se tornou rei, ficou sob a tutela de Jeoiada, o sumo sacerdote, cuja autoridade sobre o jovem monarca estendia-se ao ponto de escolher suas esposas (2 Cr 24.3). Os anos de apostasia sob Atália atingiram a vida religiosa da nação. Particularmente grave era o fato de o templo e os serviços sagrados haverem sido abandonados. Joás, já no princípio de seu reinado, decidiu reformar e restaurar a casa de Yahweh (2 Rs 12.2,5). Portanto, incumbiu os sacerdotes e levitas de saírem a todas as cidades e vilarejos de seu reino a fim de obter as ofertas para a manutenção do templo.
Embora o apelo resultasse no acúmulo de fundos, a obra tardou por alguma razão, e até o vigésimo terceiro ano de Joás (cerca de 814) não havia qualquer indício da obra. O rei Joás então ordenou ao sumo sacerdote Jeoiada que providenciasse a construção de um gazofilácio ao lado do grande altar, onde os sacerdotes depositariam as ofertas do povo. Um apelo foi feito por todo o reino para que trouxessem suas ofertas ao templo; e com alegria o povo ofertou (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.384,86).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 52, p.37.

EXERCÍCIOS
1.  Qual o assunto do livro de Joel?
R. O assunto do livro é escatológico, com ameaças e promessas.
2. Em que parte da Bíblia o Espírito Santo é textualmente chamado de Deus?
R. O Espírito Santo é chamado textualmente de "Deus de Israel" em 2 Samuel 23.2, 3 e Atos 5.3, 4.
3. Qual o nome do líder que após o Concílio de Niceia não aceitava a divindade do Espírito Santo?
R. Eustáquio de Sebaste.
4. Qual o significado do derramamento do Espírito Santo?
R.O "derramamento" do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito.
5.Quais sãos os eventos introdutórios dos "últimos dias"?
R. O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos "últimos dias" (At 2.17).

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